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segunda-feira, agosto 02, 2004

É uma necessidade do sol queimar-se a cada fiapo de tempo. O meu corpo não tem esta necessidade, mas a deseja. A saliva das coisas amarga ou adoça de acordo com o humor do espaço. A areia não decide nada sobre o seu próprio corpo, as imagens não decidem em quais olhos irão parar. Os meus sentimentos pertencem a uma parte de mim sobre a qual não posso atear fogo. O meu destino não me pertence, assim como não pertence ao fogo a vontade de queimar.

Queimar é para os poucos que ignoram as provas do existir.

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