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sábado, dezembro 25, 2010

Trecho de FINNEGANS WAKE musicado por Octavio Camargo na voz de Troy Rossilho - Barra pesada!

sexta-feira, dezembro 24, 2010

O imprevisível frio curitibano

Um cão
Quase morto de frio
Escondido num canto
Do chafariz da praça Zacarias
Assiste uma criança
Quase morta de frio
Correr antes que a chuva
A alcance.

O animal reconhece
Este cheiro de medo.

O cão quase morto
Quase antes de morrer
E dar o seu uivo de adeus
Corre atrás da criança
Como se precisasse
Desesperadamente
De um último
Dono.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Bacana!

domingo, dezembro 19, 2010

Gralha Azul valoriza linguagens atuais

Caderno G


18 de dezembro de 2010
Bruno Tetto/Divulgação / Vida premiou Ranieri Gonzalez como melhor ator e Rodrigo Ferrarini como coadjuvante

Teatro

Gralha Azul valoriza linguagens atuais

Favorito, Vida concentrou cinco dos 14 troféus em disputa, inclusive melhor espetáculo

Publicado em 18/12/2010 | Luciana Romagnolli

Enquanto se discute os rumos do Troféu Gralha Azul, e se o modelo atual não estaria limitando a principal premiação paranaense a uma função menos relevante no cenário teatral, sem reconhecer outras linguagens além das estabelecidas décadas atrás, a 31.ª edição fugiu da lógica recente, ao menos em parte. Premiou com cinco estatuetas o espetáculo Vida, da Cia. Brasileira de Teatro, na cerimônia realizada no Guairinha, na última quarta-feira.

Escolhido melhor espetáculo do ano, Vida é extremamente atual tanto pela dramaturgia fragmentada, que se sustenta em diálogos imperfeitos em vez de apresentar uma história convencional, quanto pela encenação, que põe os atores em cena atendendo pelos próprios nomes. Causa algum estranhamento, mas do tipo que amplia as possibilidades do que o teatro pode ser, e sempre com a preocupação de estabelecer um encontro genuíno com o público.

Marcio Abreu, nunca antes vencedor do Gralha Azul, saiu também com os troféus de melhor diretor e autor – no caso, de um texto original criado a partir da obra de Paulo Leminski. E a peça faturou as duas categorias de interpretação masculina.

A mais concorrida, a de melhor ator, premiou Ranieri Gonzalez. Ainda que fique difícil distinguir principais de coajuvantes na montagem, de fato Ranieri se destaca ao protagonizar um momento arrebatador – de vestido e salto alto, canta ao microfone um lamento sentido, diante da plateia que fica emudecia – e outro no qual se despe ao máximo das convenções dramáticas para apresentar casualmente as tatuagens que carrega no corpo. Como coadjuvante, o agraciado foi Rodrigo Ferrarini.

A premiação lembrou de dois outros espetáculos ao eleger as mulheres: a bailarina e atriz Juliana Adur, por Coração de Congelador – excluído da disputa a melhor espetáculo por muito pouco –, e Maureen Miranda, coadjuvante em Os Invisíveis.

Favoritismo

É cedo ainda, no entanto, para concluir que o Gralha Azul se abriu definitivamente às novas ideias. A concentração de prêmios em Vida confirma, antes, que o troféu não ignorou o favoritismo da montagem, já consagrada nacionalmente como destaque do Festival de Curitiba e com o Prêmio Bravo! de melhor espetáculo do ano. Será interessante acompanhar os resultados das próximas edições, sobretudo quando não houver um favorito tão evidente.

Por outro lado, a estatueta dada ao diretor Alexandre França como revelação, por Habitué, também destoa, em certa medida, de resultados das edições anteriores, por ousadias na maneira de tratar o tempo, o espaço, a luz e a presença da personagem de Maia Piva, espécie de consciência do protagonista.

Crianças

Entre os infantis, o Gralha Azul opunha principalmente Sobrevoar, da Cia. do Abração, e Lendas Japonesas, do Grupo Camelo. Este – uma história de contornos tradicionais sobre a mitologia nipônica, encenada com apuro visual e soluções simples que transportam para novos ambientes – ficou com os dois prêmios mais importantes: melhor espetáculo para crianças e direção, de Pretto.

Sobrevoar, indicada em cinco categorias, levou o Gralha Azul de melhor cenário. Assim como Metaformose – Reflexões de um Herói Que Não Quer Virar Pedra, do Grupo Delírio, que concorria a igual número de troféus, inclusive o de melhor espetáculo, saiu apenas com o de melhor iluminação, entregue a Beto Bruel.

Premiados

Nove espetáculos foram contemplados pelo 31º Traoféu Gralha Azul

Vida - Melhor espetáculo, direção (Marcio Abreu), texto original (Marcio Abreu), ator (Ranieri Gonzalez) e ator coadjuvante (Rodrigo Ferrarini). Troféu Epidauro concedido pelo Consulado da Grécia entre os espetáculos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Lendas Japonesas - Melhor espetáculo para crianças, direção de espetáculo para crianças (Pretto).

Coração de Congelador - Atriz (Juliana Adur).

Os Invisíveis - Atriz coadjuvante (Maureen Miranda).

Metaformose – Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra - Iluminação (Beto Bruel).

M.M.M. – A Montanha do Meio do Mundo - Sonoplastia (Edith Camargo).

Mentira - Figurino (Paulo Vinícius).

Sobrevoar - Cenário (Marcelo Scalzo e Blas Torres).

Habitué - Revelação (Alexandre França: diretor).

Prêmio Especial - Manoel Kobachuk Filho.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Ninguém mente tanto como o indignado

(...) Pois o homem indignado, ou quem está sempre dilacerando e rasgando a si mesmo (ou, em seu lugar, o mundo, Deus, a sociedade) com os próprios dentes, pode ser moralmente superior ao sátiro sorridente e satisfeito, mas em qualquer outro sentido ele é o caso mais comum, mais irrelevante, menos instrutivo. E ninguém mente tanto como o indignado. -

Friedrich Nietzsche
Além do bem e do mal
trad. Paulo César de Souza

terça-feira, novembro 30, 2010

APAREÇAM!

quinta-feira, novembro 25, 2010

Mestre Faulkner

(...) Não poder. Vontade. Eu quero. Portanto é a velha carne afinal, não importa quão velha. Porque se a memória existe fora da carne, não será memória, pois não saberá do que se lembra, de forma que quando ela deixou de ser então metade da memória deixou de ser e se eu deixar de ser, toda a lembrança deixará de existir. Sim
– pensou - , entre a dor e o nada, escolherei a dor.

William Faulkner
Palmeiras Selvagens, pág 281
Trad. Newton Goldman e Rodrigo Lacerda

domingo, novembro 21, 2010

Habitué recebe quatro indicações ao Troféu Gralha Azul de 2010



A peça Habitué da Dezoito Zero Um - Companhia de Teatro recebeu quatro indicações ao Troféu Gralha Azul de 2010.

Entre elas:

- melhor ator, Otávio Linhares,
- melhor atriz coadjuvante, Maia Piva,
- melhor texto, Alexandre França
- e revelação (direção), Alexandre França.

A premiação acontece no dia 15 de dezembro às 20h30 no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), com Entrada Franca.

Confira aqui a lista completa de indicados

http://www.tguaira.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=423

segunda-feira, novembro 15, 2010

Habitué no 5° Festival de Teatro de União da Vitória



Super feliz de participar deste festival promovido pelo SESI e pelo SESC PR. Estarei ao lado de artistas maravilhosos como Claudete Pereira Jorge, Helena Portela, Marcelo Marchioro, Nina Rosa Sá, Uyara Torrente, Pablito Kucarz, Roberto Alvim, entre outros. Vamos fazer o possível para que a apresentação de hoje seja do caralho.

Habitué
Dia 16 de novembro – Terça-feira
20h
Cine Teatro Luz

Sinopse:
Uma mesa de bar, um copo americano e uma mente perturbada. Estes são os principais elementos que compõem a atmosfera da peça “Habitué”. Num tempo indefinido, um homem conversa, de uma forma quase esquizofrênica, com vozes que habitam inadvertidamente a sua cabeça e, ao tentar reconstruir a sua trajetória, é tragado por um turbilhão de questões morais mal resolvidas. No elenco, Otávio Linhares faz um quarentão solitário que busca na bebida um refúgio diante de um mundo infestado pela mediocridade e pelo tédio das horas. Seu objetivo maior é fugir a todo custo da rotina imposta pela sociedade. Seu maior medo é de acabar como o seu Paulo, o dono do bar que ele freqüenta: inválido e com uma doença terminal. Maia Piva faz a consciência deste alcoólatra. No espetáculo, a atriz chega a interpretar até quatro tipos de vozes diferentes. Um amigo, uma amante, a ex-mulher e a filha.


Ficha Técnica:

Elenco: Otávio Linhares e Maia Piva
Texto e Direção: Alexandre França
Iluminação: Karol Gubert
Cenário e figurino: o grupo
Trilha: Confraria da Costa
Realização: Dezoito Zero Um – Companhia de Teatro

segunda-feira, novembro 08, 2010

Show voz e violão no On Lounge Café. É nesta quarta!

terça-feira, novembro 02, 2010

APAREÇAM!

terça-feira, outubro 12, 2010

"Ninguém ouve ninguém", e a resposta para a pergunta "como conseguir o cd Música de Apartamento?"



Saiba como conseguir o seu cd "Música de Apartamento"

no itunes http://itunes.apple.com/us/album/musica-de-apartamento/id389848371

E em todo Brasil

- Todo o Brasil

FNAC - Tel: (11)3097-0022
CE - Fortaleza

Livraria Cultura - Fortaleza - Tel:
DF - Brasília

Livraria Cultura - Brasilia - Tel: 61 3410-4033
Livraria Cultura - Brasilia / Lago Norte - Tel:
PR - Curitiba

Fnac - Curitiba - Tel: ( 41)2141-2000
RJ - Rio de Janeiro

HPI - Novo - Tel: ( 21)3215-4943
RS - Porto Alegre

Liv. Cultura RS(Ode) - Tel: ( 51)3028-4033
SP - Campinas

Livraria Cultura - Campinas - Tel:
SP - São Paulo

Liv.Cultura - Market Place - Tel: ( 11)3474-4033
Livraria Cultura - Bourbon Shopp Pompeia - Tel: ( 11)3868-5100
Livraria Cultura - Paulista - Tel: ( 11)3170-4033
Livraria Cultura-Vil - Tel: ( 11)3024-3599

segunda-feira, outubro 11, 2010

Neste exato momento, escrevendo sobre ela

sábado, outubro 09, 2010

Cláudio Bettega
(12/06/1971 - 06/09/2010
)

Fique sabendo só agora do falecimento do amigo-poeta Cláudio Bettega pelo blog do Leprevost. Ataque de um coração revoltado de lirismo e solidão - onde foi parar toda aquela vontade de poesia? Grande camarada da noite, Cláudio era um daqueles caras que admiravam por demais a arte e os artistas. Tinha uma maneira meiga de lidar com as pessoas, sempre com um poema ou outro para declamar e, enfim, se relacionar mais intensamente com o mundo. Claudião viveu para e com a poesia. Sua poética simples e direta se confunde com a sua vontade de vida e liberdade. Sua solitária boemia era o combustível para o desenvolvimento destas rupturas poéticas que ele tanto amava. Bettega vai fazer falta na noite. Hoje em dia é cada vez mais dificil encontrar alguém que se entregue tanto ao estado poético como ele se entregou.

sexta-feira, outubro 01, 2010

Crítica do site Curitiba Cultura sobre a peça Habitué

Papo cabeça saindo da Habitué


(Palmas)

Gostei, achei legal. LEGAL? é... essa coisa do sujeito conversando com ele mesmo, como isso toma forma. COMO VC PERCEBEU QUEM ERA QUEM? achei evidente pela atuação da iluminação sobre os personagens, pela presença de apenas um copo, que sempre ficava com a parte física da estória – o Otavio Linhares. E A PARTE NÃO FÍSICA, O QUE ERA? a parte não física era a consciência, o imaginário, as vozes que povoam esse imaginário. palavras que li no programa, antes de assistir a peça. E VC ACREDITOU NISSO? sim, acreditei. foi isso que vi no palco. E PQ ESSA CONSCIÊNCIA FOI ENCENADA POR UMA MULHER? poutz... bom... também segundo o programa são quatro vozes interpretadas pela Maia Piva: uma é a ex-mulher, a outra a namorada puta e a outra não percebi claramente, mas suponho que seja da filha dele. Ainda falta a masculina, que é o superego – interpretei assim pelo fato de sempre estar questionando, se impondo, jogando verdades na cara do otário. OTÁRIO MESMO, O QUE ELE FEZ COM A FILHA É LAMENTÁVEL... MAS ESSE SUPEREGO ERA UM BÊBADO ESTÚPIDO, NÉ? também achei. mas era sincero. o sobretudo nele me reforça essa impressão.CUIDADO PARA NÃO BATER NA PESSOA. O DEGRAU, DEGRAU... VC AINDA NÃO RESPONDEU O PQ DA MULHER... então, acho q reforça a questão feminina, num sei... E AQUELA PARTE QUE TIRA O BRINCO? SACOU? Não muito... EU ACHO QUE É UMA FORMA DE DAR ADEUS! pode ser... NÃO ACHOU UM POUCO MONÓTONO? não, acho que o ritmo é bom, a coisa é meio letárgica mesmo – o fim de um bêbado -, e existem os rompantes que elevam a tensão. E O ISQUEIRO? O isqueiro essa coisa de tentar, da repetição – que também é bastante usada nas falas - tipo sei lá, o eterno retorno, mas sobretudo uma coisa sem gás, sem chama. IH, OLHA, ELA VAI FALAR:

- E aí, gostou da peça?

http://www.curitibacultura.com.br/blogs/teatro/papo-cabeca-saindo-da-habitue

terça-feira, setembro 21, 2010

Para quem não foi no show em Sampa...

Chora
(Alexandre França, Octávio Camargo, Claudete Pereira Jorge e Rodolfo Jaruga)



Voz e violão: Alexandre França
Piano e arranjos: Davi Sartori
Acordeon e samplers: Alonso Figueroa
Percussão: Vina Lacerda

segunda-feira, setembro 20, 2010

Pocket Show do cd Música de Apartamento - amanhã (dia 21, terça) na FNAC do Park Shopping Barigui

APAREÇAM!

Data: Terça-Feira 21/09/2010 19:30A
fim de dar continuidade à boa repercussão da crítica com o seu primeiro
disco de canções "A solidão não mata, dá a idéia", Alexandre França
lança seu novo projeto, "Música de Apartamento”. O CD fala de maneira
inusitada sobre uma fatia da população já explorada na canção popular; a
classe média brasileira. O cenário de ponto de partida das letras foi o
símbolo principal desta camada da sociedade, o apartamento. Com uma
estrutura simples e intimista, voltada para poucos instrumentos e uma
rigorosa pesquisa de timbres, Alexandre traça o percurso trágico de um
homem comum. É neste ambiente fechado que o músico cria a sua poética,
com um tom quase cênico, misturando o espírito teatral com os ritmos
brasileiros.

terça-feira, setembro 07, 2010

APAREÇAM!

Habitué - Estréia dia 9 de setembro no Mini Guaíra







Sinopse da peça “Habitué”

Uma mesa de bar, um copo americano e uma mente perturbada. Estes são os principais elementos que compõem a atmosfera da peça “Habitué” que estréia dia 9 de setembro no Mini Auditório do Teatro Guaíra. Num tempo indefinido, um homem conversa, de uma forma quase esquizofrênica, com vozes que habitam inadvertidamente a sua cabeça e, ao tentar reconstruir a sua trajetória, é tragado por um turbilhão de questões morais mal resolvidas. No elenco, Otávio Linhares faz um quarentão solitário que busca na bebida um refúgio diante de um mundo infestado pela mediocridade e pelo tédio das horas. Seu objetivo maior é fugir a todo custo da rotina imposta pela sociedade. Seu maior medo é de acabar como o seu Paulo, o dono do bar que ele freqüenta: inválido e com uma doença terminal. Maia Piva faz a consciência deste alcoólatra. No espetáculo, a atriz chega a interpretar até quatro tipos de vozes diferentes. Um amigo, uma amante, a ex-mulher e a filha.

Ficha Técnica

Habitué

Com Otávio Linhares e Maia Piva
Texto e Direção: Alexandre França
Luz: Karol Gubert
Trilha: Confraria da Costa
Cenário e figurino: o grupo
Fotos: Olívia D’Agnoluzzo
Realização: Dezoito Zero Um – Companhia de Teatro

Serviço

Habitué

Local: Mini Guaíra - Auditório Glauco Flores de Sá Brito
Rua Aminthas de Barros, s/nº
80060-200 - Curitiba - Paraná - Brasil
Fone: 41- 3047900

De 9 à 26 setembro

Quinta à sábado às 21h00

E domingo às 19h00

Ingressos
R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia entrada)

quinta-feira, setembro 02, 2010

E no Caderno G

Quinta-feira, 02/09/2010

Anaterra Viana/Divulgação

Anaterra Viana/Divulgação / Alexandre França e Edson Falcão: poetas que autografam obras inéditas na noite de hoje Alexandre França e Edson Falcão: poetas que autografam obras inéditas na noite de hoje
Mercado editorial

Uma aposta na poesia

Publicado em 02/09/2010 | Marcio Renato dos Santos

Alexandre França é um sujeito que concilia o lado lúdico com a praticidade. Ele escreve textos inventivos, compõe canções e ainda dá conta de fazer com que a sua produção tenha visibilidade.

Depois de ter publicado dois livros de poemas, gravado dois álbuns, além das cinco peças de teatro que estão em seu currículo, o curitibano de 28 anos acaba de criar uma editora. Trata-se do selo Dezoito Zero Um – Cultura e Arte, que lança na noite de hoje dois livros: a fachada e os fundos, de Edson Falcão, e de doze em doze horas, do próprio França.

O autor e editor afirma que o objetivo do selo é viabilizar, em um primeiro momento, obras poéticas que, na avaliação dele, não estão sendo publicadas pelas grandes editoras. Posteriormente, a meta é imprimir textos de dramaturgia. “Acima de tudo, meu projeto é veicular títulos que não tenham apelo comercial”, diz.

Os dois primeiros títulos mal foram impressos e França já anuncia que, em breve, vai publicar obras de Luiz Felipe Leprevost e Rodrigo Madeira, jovens autores que começam a encontrar ressonância entre o público ávido por poesia contemporânea.

Geracional

França conta que decidiu editar Edson Falcão, 31 anos, pelo fato de o poeta apresentar um texto, para ele, de muita qualidade. “O Falcão cria metáforas inusitadas”, comenta o editor. O poeta Jaques Brandt, no texto de apresentação do livro de Falcão, observa que o poeta realiza um fazer poético autêntico, “como água cristalina, que brota de uma fonte situada no interior”.

No livro de Alexandre França, a apresentação foi feita por Márcio Matanna, um nome respeitado entre dramaturgos e atores em Curitiba. Matanna chama a atenção para o fato de França tratar literariamente da vida noturna curitibana: “Se cada cidade madura tem seus mitos, então poderíamos afirmar que Curitiba cultiva em si mesmo o mito da solidão e o mito do suicida, e a poesia de França cava um túnel rumo ao fundo dessa mitologia”.

Sem parar

Dezoito Zero Um, além de ser nome de selo editorial, é o número do apartamento onde França vive e, sobretudo, o cenário em que ele trabalha continuamente. O poeta, compositor e dramaturgo finalizou um romance, que pretende deixar “descansando”. “Daqui a algum tempo, vou reler para ter uma visão mais crítica e poder resolver os eventuais problemas”, conta.

Mas, como nem tudo é apenas trabalho, no dia 14 de setembro ele desligará o computador para realizar a festa de lançamento do selo Dezoito Zero Um Cultura e Arte no Wonka Bar. Haverá show da banda Confraria da Costa, além da presença de Edson Falcão, Luiz Felipe Leprevost e do próprio França. Os poetas vão declamar textos e autografar livros.

Serviço

Lançamento dos livros a fachada e os fundos, de Edson Falcão e de doze em doze horas, de Alexandre França. Livraria Arte e Letra (R. Pres. Taunay, 40, dentro do Lucca Café), (41) 3016-6675. Dia 2, às 19h30. Os livros custam R$ 20 cada. Entrada franca.

sexta-feira, agosto 27, 2010

APAREÇAM!


Saiu no blog do Luiz Claudio Oliveira da Gazeta do Povo.

Abram os versos sobre mim. Novos poetas, nova editora e novos curitibanos. Notícia boa a gente espalha. Poetas correi! É chegada a hora de ler e cantar talvez as derradeiras noites de luar. A editora Dezoito Zero Um tem o seguinte sobrenome: Cultura e Arte. E acaba de se lançar e de lançar livros com nova poesia curitibana. Ora vivas! Notícia boa a gente espalha e eu espalho o release que a Anaterra mandou:


 / Os livros Os livros "de doze em doze horas", de Alexandre França, e a "fachada e os fundos", de Edson Falcão

SELO LITERÁRIO DEZOITO ZERO UM CHEGA COM A PROPOSTA DE LANÇAR A NOVA POESIA CURITIBANA.

Dia 2 de setembro a livraria Arte e Letra recebe o lançamento dos livros ‘de doze em doze horas’, de Alexandre França, e a ‘fachada e os fundos’ de Edson Falcão. E no dia 14, no Wonka Bar, será celebrado o lançamento do selo Dezoito Zero Um Cultura e Arte.


O selo Dezoito Zero Um – Cultura e Arte começa as suas atividades lançando dois poetas representativos de Curitiba: Edson Falcão e Alexandre França. É a Coleção Poesia - Dezoito Zero Um que pretende publicar, dentro em breve, mais poetas da nossa cidade, sempre com um apelo visual único, seguindo a tendência de publicações de ponta no Brasil e no exterior. Com a idéia de materializar no objeto livro a idéia central da publicação, os livros da Dezoito Zero Um não possuem texto de contra-capa, logomarcas ou signos que interfiram na apreciação visual de suas concepções: tudo é confeccionado pensando no conceito principal da obra. Na capa do livro do poeta Edson Falcão, por exemplo, temos uma brincadeira com o título “a fachada e os fundos”, quando percebemos que, na contra-capa, este título encontra-se invertido.

“Tudo começou com a idéia de criar um selo de música”, conta Alexandre França, editor e criador do selo. “Até então não tinha um nome, daí me veio a idéia de pegar o mesmo nome da minha companhia de teatro, formando mais um braço de produção cultural”. Apoiada pela lei do mecenato da Fundação Cultural de Curitiba, e com design gráfico assinado por Giovanni Dameto da G de Gato, a Dezoito Zero Um pretende, no futuro, publicar coleções de prosa e dramaturgia. Alguns nomes já estão cotados para futuras publicações, como o escritor Luiz Felipe Leprevost, o poeta Rodrigo Madeira, entre outros. “Queremos no futuro formar um bom painel do que aconteceu na cidade nestes anos”, conta Alexandre. Perguntado sobre o significado do nome Dezoito Zero Um, França explica: “é o número do meu apartamento”.

Sobre os livros

Edson Falcão nos apresenta, nos 44 novos poemas desta obra e nos outros 23 retirados de outros livros e incluídos nesta publicação, uma profunda visão do homem contemporâneo nos seus mais diferentes aspectos. Com uma poética seca, na qual o poeta, a partir de uma análise do próprio fazer poético, e de sua infância vivida no interior do Paraná, Edson tece um painel do individuo no meio urbano. O prefácio ficou por conta do poeta Jaques Brand, em que diz: “ Falcão decididamente não tem aquelas qualidades pessoais que levam, no Brasil de 2010, ao sucesso institucional; não é um alcoolista com algum beatnik na ponta da língua, não fala sempre alguns decibéis acima do normal, não morreu, aliás goza de boa saúde (...) A despeito de lhe faltarem esses trunfos, sendo além de tudo um tímido e um discreto, sobra-lhe contudo legitimidade para interessar o leitor que busca, fora da feira literária das vaidades, o fazer poético mais autentico, que vê como água cristalina, que brota de uma fonte situada no interior.”

Alexandre França apresenta seu ‘de doze em doze horas’, que segundo Márcio Matanna ; “ se abre ao leitor como um convite(...), embora Alexandre França nos ofereça um ciclo de manhã, tarde e noite, há sempre uma sensação meio noturna a brotar de seus versos. A manhã se mistura a madrugada, e quase tudo é vivido dentro de salas e quartos, oscilando entre o sono e a insônia. Se cada cidade madura tem seus mitos, então poderíamos afirmar que Curitiba cultiva em si mesmo o mito da solidão e o mito do suicida, a poesia de França cava um túnel rumo ao fundo dessa mitologia. A solidão é um quarto trancado por dentro. E cada vez que um olhar desvia de outro olhar e se olha para o chão, dá-se mais uma volta na chave.”

Serviço

Lançamento dos livros “a fachada e os fundos” de Edson Falcão e “de doze em doze horas” de Alexandre França

Data: 02/09/2010
Horário: 19h30
Local: Livraria Arte e Letra (Lucca Café)
Endereço: Rua Presidente Taunay, 40
Fone: 30166675


Festa de lançamento do selo Dezoito Zero Um Cultura e Arte

Show com a banda Confraria da Costa - e a presença dos poetas Edson Falcão, Alexandre França e Luiz Felipe Leprevost.

Data: 14/09/2010
Horário: 22h00
Local: Wonka bar
Endereço: Rua Trajano Reis, 326
Fone: 30266272

quinta-feira, agosto 12, 2010

Para quem estiver em Sampa - APAREÇAM!

sábado, agosto 07, 2010

Parceria Troy e França (para o amigo Jaques Brand)



Parceria com o Troy em homenagem ao nosso amigo Jaques Brand. Show gravado no Guairinha, com participações de Helena Portela e Bárbara Kirchner nos vocais, Mazzar na guitarra, Davi Sartori no piano, Denis Mariano na bateria e Guaraná no baixo. Esta letra está incluinda no meu novo livro de poemas "de doze em doze horas". Portanto, agora em época de eleição, a homenagem é dupla. Salve o poeta Jaques!

Ei, Jaques Brand

caríssimo
há um novo poeta na cidade
do ano de 81 ou 82
vamos nos reunir
para acabar com o suprimento
de vodka e cigarros
é necessário um sequestro
e um cativeiro de livros
é necessário papel e caneta
e um galão de nanquim
é necessário conhecer a função
do fio vermelho e do azul
ei, Jaques Brand,
vamos tomar um café ali no centro
15 minutos antes
de desarmarmos
a bomba atômica?

sexta-feira, agosto 06, 2010

Novo poema do grande Jorge Barbosa.

flor de lisboa

(para Ana Griffo Antunes Coimbra)




perguntei por cantar
por que canto?
enquanto encanto a dor
num espanto!
luas e sóis na minha voz
e a canção por um fio.

ah! fina flor de lis boa
ah, na boa, coimbra!
és leve águia e leoa
e soas entre as sílabas.

teço teu fado alado
por isto grifo teu mito
e teu sorriso de fato
finda meus conflitos,
a fúria dos ventos impunes
ante a tudo, que antes unes...

ah! naquilo que musico
há! ana, ana griffo
dá-me o teu charme castelã
deixa-me rei dos teus fãs.

oceânicas perguntas!
cavalos marinhos
acesos em nossas bocas,
azuis, azuis, azuis do mais íntimo
do espelho que despe-se a toa:
nunca vi tantas mulheres numa!

ah! braços de porto e gal
à sombras de caetanos
e caravelas amamos
em nossas praias de mel e sal.

contemporaneamente antigo,
é meu beijo de porquês,
pois este poema é um jeito
de viajar um pouco contigo
sem que as malas as tenha feito
assim te amo em português...


Jorge Barbosa Filho

segunda-feira, julho 19, 2010

Almas à Venda (Cold Souls)
Como diria o Linhares - oitavo dan!

sábado, julho 10, 2010

O teatro da penumbra

Trecho da peça "Como Se eu Fosse o Mundo" de Paulo Zwolinski
Direção de Roberto Alvim
Com Patrícia Kamis e Thiago Luz


sexta-feira, julho 02, 2010

O CD "Música de Apartamento" já está a venda na Livraria Cultura!


Agora ficou mais fácil de conseguir o cd "Música de Apartamento". É só clicar neste link aqui e comprar pela internet mesmo através da Livraria Cultura. É prático, rápido e confiável. O cd "a solidão não mata, dá a idéia" também está a venda lá. É só clicar aqui.
Fabiano Vianna (do blog Contos da Polpa)

Águas Profundas


Fabz + James Cairns Taylor

O velho escritor juntou suas coisas e foi embora. Numa das mãos a mala cheia de livros, na outra a máquina de escrever portátil. Ele andou em direção ao grande lago da região e como um polvo, mergulhou nas águas profundas. A cena foi acompanhada pelos leitores e vizinhos que aguardam até hoje a sua volta. Uma pessoa filmou. O vídeo está no Youtube. Dizem que ele imergiu para escrever seu grande livro; o mais surpreendente de todos. A moça que trabalhava de diarista em sua casa disse que ele teve uma grande idéia. Mas ninguém sabe dizer ao certo o que seria. Hoje em dia a diarista é procurada por vários jornalistas da capital. Ficou famosa. A verdade é que esperamos por notícias. Já faz quase dez anos. Alguns se mudaram para a beira do lago, construíram barracas, levaram a família. Outros já desistiram de esperar e lêem agora outros autores. Têm até site na internet sobre esta história. Câmera online. É possível ver o lago ao vivo! Todos esperam por algum sinal. Dizem que é possível escutar o som da máquina de escrever quando o silêncio torna-se soberano na floresta. Sempre de madrugada. Dizem que ele continua fazendo as mesmas coisas que fazia na superfície, lá embaixo. Até o cachimbo ele levou. Quiçá leve mais dez anos até que ele termine o livro. Talvez ele nunca mais volte. Quem vai saber? Tudo não passa de especulação.


quer mais? Entre no blog http://www.contosdapolpa.blogspot.com/
Kiko Dinucci

quinta-feira, junho 24, 2010

Exposição do grande Giovanni Dameto no Solar do Rosário.

Apareçam!

terça-feira, junho 22, 2010

Sobre o texto de Enéas Lour

Então, rolou uma polêmica sobre a reportagem feita pela Gazeta sobre os autores do núcleo de dramaturgia. Posto agora um comentário que eu fiz no blog do ator, diretor e dramaturgo Enéas Lour sobre o caso (este comentário servirá também para o texto escrito pelo Edson Bueno sobre este mesmo assunto).

Olá Enéas, tudo certo? Acompanho o seu blog e gostaria de me posicionar acerca deste último texto, se for possível (e faço isto por admirar a sua arte e te respeitar e claro me interessar pelo seu pensamento sobre o teatro). Tenho infinitamente menos tempo de estrada que você e sei que para ser um bom autor ainda é preciso passar por muita coisa (não me considero um gênio-semi-deus-iluminado-escolhido, como disse com todas as letras o Rogério Vianna, tanto é que estou fazendo o núcleo para tentar aprender alguma coisa, certo?) Na matéria da gazeta, disse que achava que alguns dos nossos autores estavam presos a fórmulas antigas (de forma alguma citei o seu nome, e de forma alguma falei que o que eu faço é “super-inédito”) e que outros apontavam para um caminho diferenciado (estes, aliás, não necessariamente fazem parte do núcleo). Trabalhei (com muito orgulho) com a Claudete Pereira Jorge e com o Luthero de Almeida, atores da sua geração que respeito por demais pela genialidade e posso garantir que sei do imenso valor destes grandes artístas. Aprendi muito com eles, ainda aprendo, e pretendo aprender mais ainda no futuro com estas mesmas figuras. Quero destacar o fato de que nunca consegui passar em nenhum edital da fcc ou de qualquer instituição pública (por ser novo, talvez) para realizar as três montagens que eu mesmo produzi no Mini Auditório do Teatro Guaira com textos de minha lavra (ou seja, no teatro, também sou da turma do "faça você mesmo", muito antes de aparecer o núcleo). Aliás, gostaria de passar num edital destes um dia para pagar bem os profissionais que trabalham comigo (que agora possuem drt, portanto legalmente considerados profissionais) e que acreditam no meu taco e no nosso teatro. Nunca ganhei nenhum gralha azul e nunca fui indicado para este prêmio (diferentemente de montagens estritamente comerciais como "a gorda e o anão", que, curiosamente, na categoria "melhor atriz", "venceu" Rosana Stavis, considerada uma das melhores do Paraná). Acho que a matéria da Luciana, de fato, faz um recorte e uma edição que, de uma forma ou de outra, acaba sugerindo que TUDO o que é feito em Curitiba é ultrapassado. Não concordo (e é neste ponto que eu compactuo com o seu texto). É até absurdo pensar uma coisa destas. Se você reparar na entrevista, eu cito uma autora genial que não é do núcleo e que faz um trabalho que foge das convenções da dramaturgia moderna: a Léo Gluck. Poderia também citar o Márcio Abreu (da peça "vida", inspirada na obra de Paulo Leminski, grande artista da sua geração), a Sueli Araujo, o L.F Leprevost, entre outros. Ou seja, pessoas que vem fazendo um trabalho interessante e deixando suas marcas na história do teatro curitibano. Não quero parecer um ingrato (e não quis parecer nesta entrevista). Sei do valor da sua geração e sei que a minha geração vai levar muito (mas muuuito) tempo mesmo para fazer o que vocês fizeram com a mesma dimensão e qualidade artística (isto se conseguir). Mas nós estamos tentando e trabalhando para isto (eu digo, a minha geração, e isto inclui eu, o Otávio Linhares, a Maira Lour, o Luiz Felipe Leprevost, a Maia Piva, a Helena Portela, a Verônica Rodriguez, o Diego Fortes, a Léo Gluck, a Nina Rosa, a Giorgia Conceição ,o Henrique Saidel, a Ana Ferreira, a Uyara, a Tuca, o Damaceno, o Cleber Braga, o Paulo Zwolinski, a Patrícia Kamis, o Preto, a Angélica Rodrigues, entre tantos outros, que, acredito eu, não se consideram gênios-escolhidos-etc-etc). Bom, é isto. Espero que não fiquem mal entendidos. Um grande abraço, com estima.


segunda-feira, junho 21, 2010

Felipão agora lançado em Sampa numa coletânea de prima! Imperdível!

quinta-feira, junho 10, 2010


Em breve

sexta-feira, maio 07, 2010

sobre Curitiba

"Todas as vezes que me pego pensando nos poetas e nos prosadores mais arrojados dos últimos tempos, acabo chegando sempre ao mesmo ponto geográfico. Não tem jeito, o país é gigantesco, mas as reflexões sobre a linha mais inquietante da literatura brasileira sempre me conduzem ao mesmo lugar. Não, não se trata de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Tampouco de Porto Alegre. Refiro-me a Curitiba."

Nelson de Oliveira

terça-feira, abril 20, 2010

E novamente no Estado do Paraná


A mistura sonora da banda Confraria da Costa

Paula Melech

Tiago Ferraz/Divulgação
Banda curitibana aposta em uma sonoridade com caráter próprio.

O som da Confraria dos Irmãos da Costa - ou simplesmente Confraria da Costa - está longe de qualquer experiência musical habitual. A banda curitibana enfrentou o desafio de unir referências que vão da originalidade do norte-americano Tom Waits, com sua voz rouca e letras intrigantes, até a multiplicidade de Andrew Bird, com sua mistura inusitada de instrumentos.

Ambientada em uma temática de piratas, o primeiro CD homônimo da Confraria da Costa aposta em uma sonoridade com caráter próprio que une bandolim, flauta e violino tendo como base o bom e velho rock and roll. O resultado é um som meio punk- rock cigano ao estilo de Gogol Bordello, que traz ao nosso tempo o clima dos piratas que viviam no século XVI.

Enquanto resgatam o ambiente dos marujos, a Confraria se revela crítica e irônica nas letras das canções. Em Certamente a mente mente, o trocadilho de palavras denuncia o teor crítico do trabalho: “Mente com os olhos vendados/Com os dois pés amarrados/Mente até de trás pra frente/Cegamente a mente mente”.

Com forte influência de Waits, em Confidencial, o compositor Ivan Halfon mostra uma faceta mais pessoal, o homem que procura o auto-conhecimento. “Tranquem a porta da minha casa/Depois preguem as janelas/Por uns tempos, eu acho/vou me ausentar”.

O processo de composição geralmente começa pela melodia ou a intenção vem do próprio título das músicas. “Em muitos casos, foi o nome da canção que deu a ideia para a letra. Mas a primeira música [Canto dos piratas] surgiu a partir de um poema”, conta Halfon, que também é vocalista, toca flauta e violão.

No álbum, o repertório mistura estilos de música cigana, polkas, csárdás (um tipo de dança húngara) e cabaré. O vocalista divide a instrumentação com Marcelo Stancatti (guitarra e bandolim), Jan Kossobudzki (violino), Pantaleoni (baixo) e Abdul Osiecki (bateria).

A belíssima ilustração da capa tem uma homenagem a Tom Waits, que aparece encostado no balcão do bar. A arte é de responsabilidade da Cia. de Canalhas, representada por Carlon Hardt e Lucas Fernandes.

A ideia de uma banda que tivesse referências nos piratas não foi proposital. “A gente queria fazer algo diferente. No começo até tentamos outras coisas, mas deu certo quando chegamos nesse tema”, diz o compositor. Os shows da banda são verdadeiras performances musicais, com claras referências a Gogol Bordello.

A banda enfrentou o desafio de unir opções estéticas nem um pouco óbvias e lançar o primeiro álbum de forma independente. E deu certo. No show de lançamento oficial, que aconteceu no mês passado, o CD foi generosamente bem recebido pelo público.

Prova disso é que Confraria está com a agenda lotada de shows e ainda este mês (dia 24) lança o segundo CD, Piratas ao vivo, pelo projeto A grande garagem que grava, no Teatro Universitário de Curitiba - TUC. O álbum traz oito canções inéditas e segue a linha do primeiro trabalho.

Enquanto o disco ainda não tem uma estratégia de distribuição bem definida, está disponível no myspace.com/confrariadacosta e myspace.com/confrariadacosta.

E no Caderno G da Gazeta

Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Daniel Derevecki/Gazeta do Povo / “Nascer, ir para a faculdade, cortejar garotas, fazer muito sexo, concluir o curso, casar, fazer pouco sexo, ter filhos, arranjar uma amante, ir engordando... Desse modelo de vida, eu fujo feito louca.” Léo Glück, atriz“Nascer, ir para a faculdade, cortejar garotas, fazer muito sexo, concluir o curso, casar, fazer pouco sexo, ter filhos, arranjar uma amante, ir engordando... Desse modelo de vida, eu fujo feito louca.” Léo Glück, atriz



PERFIL

Léo

Atriz das companhias Silenciosa e Heliogábalus, Léo Glück não separa arte e vida e leva ao palco sua não-passividade diante do mundo

Publicado em 19/04/2010 | LUCIANA ROMAGNOLLI

Léo Glück desce do táxi escondendo o vestido colorido sob um casaco preto, mas o dourado da sombra e de alguns cílios postiços ofuscam imediatamente quem a vê. Olha as redondezas da Praça Santos Andrade, rejeita um canteiro de flores vermelhas mirradas (“decadente”) e escolhe se deitar na grama para ser fotografada. “Viu o que é a performance?”, pergunta à repórter que ficou com a bolsa e o casaco da atriz entrevistada pendentes no braço, enquanto esperava a sessão de cliques acabar.

Vida ou arte? “Não separo as coisas”, diz.

Planos

Música e uma peça-instalação estão entre os projetos futuros da atriz e diretora Léo Glück

Microfone

No dia 7 de maio, às 21 horas, sobe ao palco do Sesc da Esquina como cantora, no projeto World Meaningful Elements of Speech, que define como o “primeiro vaudeville eletrônico brasileiro”. A gravação deve gerar um EP.

Rebecca instalada

Em junho, a Cia. Silenciosa estreia a peça Rebecca, com texto de Léo e direção de Giórgia Conceição. Elas e Henrique Seidel pretendem transformar o Teatro Novelas Curitibanas em uma instalação de grandes proporções, invadida pela projeção de imagens e vídeos. Com a participação dos atores Clóvis Cunha e Ricardo Nolasco, vai tratar das relações amorosas e das falhas da linguagem.

Saiba mais em: www.companhiasilenciosa.com

Oprimeiro espetáculo que montou com uma de suas companhias teatrais, a Silenciosa, foi o happening Anfetaminas Não Fazem Bem à Saúde, Mas São Ótimas para Adubar o Jardim. A cena se dividia em ações simultâneas como lavar roupa, plantar, tomar café e jogar vôlei, e os espectadores se infiltravam entre elas, realizando as tarefas também. A atriz e diretora acha que “seria incrível” se, como ela, o público fosse capaz de borrar os limites de vida e arte: “Um pouco caótico, sim. Mas é muito triste encarar a arte empresarialmente.”

Não se trata de fazer performances em qualquer tempo e lu gar, mas de manter uma postura única diante da arte e da vida. A maquiagem brilhante com que Léo encarou a lente do fotógrafo vai tranquilamente ao café para a conversa com a jornalista, sem menção de uma passada pelo banheiro para lavar o rosto. Menos superficialmente, é no teatro que a curitibana “sublima” problemas e dores pessoais.

Uma tensão sempre presente em suas criações diz respeito às questões de gênero, corpo, sexualidade. “Nasci dentro de um corpo biologicamente masculino, mas na minha cabeça, eu sou menina”, diz.

Só aos 20 anos, Léo compreendeu a si mesma. E que poderia transformar o próprio corpo para que correspondesse à sua identidade. “Você vai crescendo, por aquela idade dos 16 aos 19, e não entende do que se trata. Acha que é gay ou, no máximo, traveco, porque usa maquiagem. Mas é mais profundo que isso: o que existe é uma insatisfação com o corpo que não foi você quem escolheu. Sua cabeça tem que correr atrás para tentar explicar.”

Talvez a feminista norte-americana Judith Butler, que ela cita, tenha lhe dado a resposta buscada: gêneros e sexos existem tantos quantos são os seres humanos.

O que nunca quis da vida? Nas palavras de Léo: “Nascer, ir para a faculdade, cortejar garotas, fazer muito sexo, concluir o curso, casar, fazer pouco sexo, ter filhos, arranjar uma amante, ir engordando... Desse modelo de vida, eu fujo feito louca.” Deixa claro que não é por falta de amor: namorado tem há três anos. Ricardo Nolasco, ator com quem nutre também uma parceria criativa na companhia Heliogábalus. Juntos, montaram Le Magnifique Nouvelle de La Passion e, no Fringe deste ano, O Último Canto do Bode.

Centauro

Sagitariana do dia 4 de dezembro de 1981, nascida no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, Léo se identifica com o signo aventureiro simbolizado por um centauro: “Sou meio humana, meio cavalo mesmo”. As patadas, diz, vêm quando fica desgostosa da vida. Aí, pode até dizer a uma jornalista que discordou de um trabalho seu que ela tem “preguiça mental”.

Contundência é qualidade que demonstra constantemente, do olhar perscrutante e vivaz do dia-a-dia à poderosa presença cênica que demonstra em peças como Jesus Vem de Hannover ou Los Juegos Provechosos, da Silenciosa.

Nesta última, discursava pendurada por uma corda do alto de um prédio no centro de Curitiba. O teatro “caretinha” não lhe interessa, porque não lhe permite autonomia para dizer o que ela mesma – e não um autor consagrado – tem a dizer sobre o mundo em que vive – agora.

Mas foi pela cena convencional que Léo primeiro enveredou. Tinha 14 anos quando entrou para o Curso de Atores do Colégio Estadual do Paraná. “Não ensinavam o que é teatro contemporâneo nem instigavam a vontade de criar coisas próprias. Era meio medíocre”, descreve, “pegar o texto de alguém, montar e se realizar como ator (apenas)”.

A professora veio com uma conversa de que a aluna já havia provado ser capaz de representar mulheres poderosas, deveria então assumir um papel masculino numa montagem de O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. Fez. Mas não deixou de pensar que ninguém pedia às outras garotas para interpretarem homens nem aos garotos que se passassem por mulheres.

Dali foi para a Faculdade de Artes do Paraná, cursar direção teatral, e percebeu que, no meio universitário (ao menos no curitibano dos primeiros anos 2000), o pensamento em voga não divergia muito do colegial. A noção de teatro ainda se resumia a falar um texto “bom”. Ou seja, um clássico como Pirandello (1867-1936) era acolhido de bom grado. Já diante de alguma das ousadias contemporâneas como as de Heiner Müller (1929-1995) – cujo Hamletmachine, vale lembrar, data de três décadas atrás –, brotava no corpo acadêmico uma sequência de “por quês”?

“Desde o começo, tive muita encrenca com todos os professores e alunos. Eu me interessava por expressão corporal, performance, dizer coisas que os outros não queriam ouvir”. A experiência, contudo, não foi estéril. Havia outros “incompreendidos” pela instituição e deles Léo se aproximou, formando logo no segundo ano a Silenciosa, com Giórgia Conceição e Henrique Seidel. “As nossas lutas são sempre árduas porque a gente luta para melhorar o mundo”, define.

Em Burlescas, por exemplo, um espetáculo performático de seis horas, ouve-se a certa altura um discurso crítico sobre a dominação patriarcal. Ao mesmo tempo, Léo provoca a libido (dos que a assistem e dela mesma) dançando em torno de um poste (a pole dance). Clara a ironia? Pois teve quem entendeu errado e fez propostas financeiras, recusadas: “Não sou prostituta, sou atriz”.

Mais que excitar, quer incitar a reflexão: “Pense como você mesmo caiu direitinho no nosso jogo, como você, público, é manipulado”, provoca. Subestimar sua plateia, afinal, está longe de ser o seu papel. Espalhar suas ideias, sim: “Quem tem microfone, tem poder”, diz.

Convencida disso, Léo colocou a música nos seus próximos planos. Em breve, quer lançar um EP de sonoridade experimental eletrônica, cantando. “É um veículo para a palavra atingir mais pessoas”, argumenta, ela que ainda não publicou seu primeiro livro, mas guarda escritos poéticos e dramáticos em casa, e para quem a literatura tem grande importância.

Com escritores russos e irlandeses, Léo diz ter aprendido o que resume sua postura diante da vida (e da arte). “Uma sensibilidade visivelmente aguçada em relação ao mundo.” E “a não-passividade”.

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