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quarta-feira, maio 31, 2006

falando em cinema...

Piñero (2001)


Vi pela segunda vez na HBO e de novo mexeu comigo. Este filme conta a história do poeta e dramaturgo porto-riquenho-criado-em-nova-york Miguel Piñero (1946-1988), que ganhou notoriedade com a peça Short Eyes em 1972. A peça, que foi premiada com o Tony (um dos mais importantes prêmios do teatro norte-americano), relata as experiências que Miguel viveu nas ruas de Nova York em tempos mais difíceis. Piñero fez parte ainda de um movimento artístico/ político chamado Nuyorican, que através da arte buscaria uma identidade porto-riquenha esquecida nas entranhas da cultura americana. Vale a pena conferir

sobre Piñero e Nuyorican

"Piñero e outros poetas Nuyoricanos reivindicaram uma identidade a qual foi definida por eles mesmos, negando rótulos e identidades binárias de branco e preto impostas pela cultura americana. A partir daí, Latinos, que se encontram em uma situação geográfica e/ou cultural de fronteira, passaram a buscar seu próprio espaço e voz". Adriane Ferreira Veras

terça-feira, maio 30, 2006

Minta

Toda segunda-feira rola uma sessão grátis de cinema lá no shopping cristal, às 22:00. Ontem fui assistir a um filme que fala sobre a vida "romântica" do escritor Jorge Luis Borges. O filme é baseado num livro de Estela Canto, grande paixão de Borges. O que ocorre (coisa que eu nunca tinha reparado) é que o Borges dedicou o conto "O Aleph" para a tal Estela. Impressionante que hoje (já que ontem eu terminei a noite depois de umas quatro cervejas) eu fui dar uma relida no conto em questão (por causa do filme) e encontrei uma frase que (coisa do destino) eu precisava ouvir. Lá vai:

"compreendi que o trabalho do poeta não estava na poesia (aqui ele fala, não do fazer poético, mas sim da análise de poemas); estava na invenções de razões para que a poesia fosse admirável; naturalmente, esse ulterior trabalho modificava a obra para ele, mas não para os outros"

(Do conto "O Aleph" de J.L. Borges)

Bom, mais impressionante ainda é eu lembrar neste exato momento de uma das últimas falas do Borges no filme, algo do tipo "Schopenhauer nos dizia que tentar compreender os fatos do mundo é como tentar achar formas de animais e árvores nas formas das nuvens". A questão é que agora entendo o motivo da menina do verão x ter me levado para a sua casa na noite em que lhe entreguei um poema: ela não entendeu aqueles garranchos da forma que eu entendia, mas reconheceu o nobre gesto de alguém dedicar um poema para outrem. Moral da história: por mais que o presente seja uma bijuteria, minta (hoje estou maquiavélico) que você gastou todas as suas economias nele.

Mas esperem, agora que entra o desfecho, a chave de ouro desta minha história. Eis que agorinha mesmo, pirando nestas coisas tolas, eu me deparo com o cd do Luiz Tatit "ouvidos uni-vos" que contém uma música cantada pela Ná Ozzeti chamada "Minta". É claro que vou reproduzir a letra aqui pra vocês. Quem possui este cd, releia este texto em voz alta com o fundo musical de "Minta" (o efeito que dá é no mínimo mentiroso).

Minta
(Ricardo Breim/ Luiz Tatit)

Minta que você sozinho
Fez tanta proeza
Que já tem certeza
que este mundo é seu

Minta que no fim das contas
Pra ser bem sincero
Você nem se lembra
Que me conheceu

Minta mas com muita classe
Como se não se importasse
Com sei lá quem quer que fosse
Mesmo quem lhe trouxe
Toda essa confiança
Que lhe cobre a face

Minta que depois da gente
Bem rapidamente
Você virou outro
E logo me esqueceu

Minta descaradamente
Que daí pra frente
Tudo que cê teve
Foi melhor que eu

Minta mas com segurança
pra que eu me sinta criança
E me dê a doce liberdade
De ouvir mentiras
Em palavras
Que são de verdade

domingo, maio 28, 2006

ah, mulher
hoje, aqui dentro,
eu não passo mais frio:
você tirou a roupa na minha cara.
e eu desmaiei as cobertas da cama
e conservei um gosto de vulva
debaixo da língua
e a estalei diversas vezes
para a sua foto também ter este gosto
e desbotei a memória
para ficar como a sua pose preto e branca
e reinventei
as suas preferências e manias
e reiventei a sua mente
para que ela apenas me imaginasse
pensando na sua nudez
eu sei o frio que me dá, mulher,
quando eu não a vejo nua.

(e na foto, a atriz CHLOË SEVIGNY. Pra quem quiser mais fotos dela, é só entrar no blog do Kim)

sábado, maio 13, 2006

MúsicaPrageada

E no novo cd do Fato há participações de poetas do calibre de Thadeu Wojciechowski, Luiz Felipe Leprevost e Marcelo Sandman. Mas quem me surpreendeu mesmo foi o Ulisses Galetto com a indignada e ótima canção "a Deus". Para quem tem dúvidas ainda sobre comprar ou não este cd, uma pequena demonstração:


A Deus


Dei um adeus a deus
Pra depois o encontrar assim,
De igual pra igual,
Tete a tete,
Olho no olho.


Tenho cá pra mim
Que ele, após cair em si,
Vai me explicar tudo,
Tim tim por tim tim.


E neste dia,
No vai e vem das idéias
Dos ideais e dos desejos,
No calor da conversa
Que haveremos de ter,
Viveremos, por fim,
Um momento sublime.
Ele, como todo deus que se preze,
Seguro de suas belezas
E eu, na condição de errante,
Duvidando das suas certezas.


Ulisses Galetto

sexta-feira, maio 12, 2006

E os Iconoclastinhas?

Eu é que pergunto: Luiz Felipe Leprevost, o que aconteceu com os iconoclastinhas? Você pegou os originais e cruzou a fronteira com eles debaixo do braço? Você tacou fogo neles num ato de histeria iconoclástica? Você, depois de uma noitada daquelas com os seus novos amigos cariocas, teve uma amnésia alcoólica e esqueceu os cadernos de poemas numa favela barra pesada? Você fez algum vodu com eles para que a gente esqueça de vez esta bobagem de escrever poesia? Você os comeu no almoço, já que na verdade você está falido aí no Rio e sem um puto para o PF da esquina? A empregada jogou fora? Você enrolou cigarros politicamente incorretos com eles? Você fez uma fogueira para escapar do frio glacial do Leblon? Você arrumou tanto os meu versos que não sobrou nada? (heheheh) Fez um "banheiro" para os cachorros? Deu em troca de sexo rápido? Fez aviõesinhos de papel para jogar na aula de teatro? Enfim, que fim levou os I-CO-NO-CLAS-TINNN-NHAAAASSS?

...to be continued

quinta-feira, maio 11, 2006

cd novo do Chico Buarque.

Bom, tá certo que eu sou muito fã do cara, mas devo admitir que o velho francisco já está caindo numas de se repetir gritantemente. Deste novo cd, a primeira música "subúrbio", por exemplo, lembra demais a primeira música do disco anterior, chamada "carioca". E notem que o nome da primeira música do disco anterior é o mesmo nome que dá título a este último trabalho (que coinscidência maluca). Estão lá a enumeração caótica de elementos do submundo, a mesma tonalidade e, o mais impressionante, mudanças de frases muito parecidas umas com as outras...acredito até que ele utilize os mesmo acordes, quer dizer esta prova ainda eu não avaliei. Será que foi proposital, tipo "carioca número 2" (como tem a cotidiano número 2, do Vinícius de Morais)?

Enfim, há, porém, neste cd um elemento novo na forma de composição. Se é claro que Chico tenta a todo custo não se repetir, isto se vê pela construção assimétrica da maioria das melodias e harmonias do trabalho. E esta assimetria pode parecer, num primeiro momento, algo enfadonho, mas logo depois de algumas atenciosas audições o ouvinte começa a perceber caminhos, estruturas e dimensões cada vez mais diversas nas canções. E isto acontece bastante com a surreal "outros sonhos", "porque era ela, porque era eu", "as atrizes" (uma homenagem genial as atrizes do cinema francês) e principalemente com a "bolero blues". Esta última, é preciso ouvir muito mais do que dez vezes para entrar no clima. Eu ouvi mais de dez vezes e valeu a pena no final...é uma das músicas mais labirínticas da mpb. Há também "imagina", a última parceria entre Tom e Chico, que na voz da Mônica Salmaso se transforma numa viagem para algum paraíso desonhecido.

Para o jornalista da Folha que disse que não há nenhum clássico no disco, eu aponto "sempre", cuja letra irei reproduzir aqui pra vocês, e "renata maria", única parceria entre Ivan Lins e Chico. O que posso dizer sobre esta última é que a química vingou, já que do Ivan Lins o que eu nunca gostei mesmo era das letras forçadas, lacuna agora preenchida com a precisão cirúrgica do Chico ("ela era ela no centro da tela daquela manhã"...não preciso dizer mais nada sobre esta "tela" de rimas internas). "Sempre" é um clássico, na minha opinião, do calibre de "futuros amantes", por exemplo, e a imagem do "gato aos pés da dona" é uma das mais inusitadas que eu já ouvi do velho Francisco.

Enfim, no geral a gente sempre acaba dizendo "porra, chico é chico", já que mesmo as canções mais fracas do cd, se comparadas com a mpb de hoje, são obras primas. Enfim, pra vocês "sempre":

SEMPRE

sempre
eu te contemplava sempre
feito um gato aos pés da dona
mesmo em sonho estive atento
para poder lembrar-te sempre
como olhando o firmamento
vejo estrelas que já foram
noite afora para sempre

o teu corpo em movimento
os seus lábios em flagrante
o teu riso, o teu silêncio
serão meus ainda e sempre

dura a vida alguns instantes
porém mais do que bastantes
quando cada instante é sempre.

quarta-feira, maio 10, 2006

Blog do Alexandre Nero.

E por falar em grupo Fato, acabei de receber a notícia no orkut de que o Nero está com um blog na área. Eu já entrei e é muito bom, tem inclusive um texto de apresentação do Luiz Felipe. Vale a pena conferir. Eu já disponibilizei o link logo ao lado.

Sobre o Alexandre Nero, nada melhor que um textinho do Leprevost estilo "iconoclastinha". Lá vai:

"Ps. Porque eu quero que publique esse texto na íntegra, mesmo que você ache que é um texto de merda, eu coloquei o “ps” logo no começo. Esse “ps” é pra dizer que não tem problema o “ps” vir na frente. É claro que alguém dirá “Ó que subversivo que o Leprevost é, ele põe o “ps” no começo do texto.” Mas esse “ps” aqui é só pra isso: pra dizer que é pra você publicar todo esse texto, inclusive esse “ps” do começo.
Então, aí vai:

UM CURITIBOCA DE FORA

(de Luiz Felipe Leprevost)
A mão esquerda está caída. É como ele desmunhecasse. É um cacoete de estilo (se é que estilo tem cacoete e cacoete tem estilo). A mão direita segura o microfone. O quadril e as pernas se movimentam, e é o suficiente pra alguém pensar “Nossa, ele rebola!”

É, ele é um cara que canta. Canta rasgado. Timbre de tenor. Atitude de roqueiro. Ele é o cara que me disse “Existe uma técnica pra gritar assim e não ficar rouco, mas eu não sei qual é essa técnica.” Ele tem o suingue de um não-curitibano (os curitibanos não têm suingue). Então o que é essa porra que ele tem, que todo mundo confunde com suingue? É o balanço de um maluco que se transformou em CURITIBOCA (assim mesmo com caixa alta). (Vou até repetir) CURITIBOCA, ou seja, sujeito que mente ser introvertido, que mente ser frio, que mente ser metido, que mente ser CURITIBOCA, pra no fundo ser introvertido, frio, metido, CURITIBOCA enfim. Veja, é o mesmo princípio daquele poema do Fernando (isso, o Pessoa) no qual ele diz que “O poeta é um fingidor” etc e tal (o resto você já sabe). Taí, o CURITIBOCA é um fingidor. Esse cara, malandro, não é CURITIBOCA, mas finge que é CURITIBOCA, e então acaba sendo CURITIBOCA. Sacou a jogada? Ser para não ser, não ser para ser, tudo para ser e não ser (e assim por diante, sempre).

Certo, alguém deve estar pensando “Mas o termo CURITIBOCA é pejorativo.” O sujeito que está pensando isso, é o verdadeiro CURITIBOCA (ou o falso... caralho, já não sei). Acontece que esse maluco sobre quem estou me referindo (o tal cantor) descobriu muito facilmente que numa cidade como a nossa, numa cidade chamada Gélida, só se é possível ser CURITIBOCA.

Outro tópico: As pessoas dizem que eu e esse cantor somos parecidos. Que temos personalidades parecidas (Talvez porque sou o maior dos CURITIBOCAS. Que saco!, não consigo parar de usar essa maldita palavra CU... Pára!). Sem dúvida somos mesmo dois vaidosos, talentosos, inteligentes etc e tal até o infinito. Mas as semelhanças ficam por aí. Se eu fosse um chato que só pensa em trabalho, que é extremamente profissional; se eu fosse muitíssimo original, e ainda soubesse ganhar dinheiro com arte (Lembrem do ensinamento do mestre: Só pode pedir dinheiros pro produtor “cultural” quem faz com que o produtor “cultural” tenha lucro; e isso é mais velho do que caranguejo andar para todos os lados e afundar no lodo); se a mulherada toda quisesse dar pra mim; se eu fosse um poço de genialidades, grandes sacadas, e incontáveis contradições; se e fosse casado com uma atriz gostosa e talentosa pra caralho, que todo mundo queria beijar, amassar, fazer bilu-bilu; aí sim eu seria parecido com essa cara. Olha, vou dar a real. Eu nem devia escrever esse texto porque tô puto com o cara sobre quem esse texto fala (Tá ouvindo aí? Você mesmo, que nunca musica meus poemas sem desconstruí-los, decepá-los, tá ouvindo? Então se toca!).

Eu não sei vocês, caríssimos leitores, mas sempre achei furado esse papinho de artista, que diz “Ai eu me prostituo porque tenho que comer, sustentar família etc e tal e etc até a vaca ir pro brejo.” Pra esses eu digo plagiando a música (Pausa. Grito) “Artista é o caralho!” Agora, se nego vai continuar com essa porra de “Sou artista mas tenho que comer, fuder, ir ao shopping, fazer novela na Globo, jantar no Ilha da França com o Antônio Fagundes etc e etc e etc.” Aí eu sou obrigado a alertar “VOCÊ NÃO É ARTISTA!” Sabe o que eu penso? Eu penso que “ARTISTA NÃO COME, NÃO TEM FAMÍLIA, NÃO TEM CACHORRO, NÃO TEM DINHEIRO, NÃO TEM MAMÃE NEM PAPAI, ARTISTAS PAGAM O PREÇO!” Hum, não gostaram? Não era isso que você queria ouvir? Foda-se. Vou dizer “NÃO SOU ARTISTA, NEM ESSE CARA SOBRE QUEM ESTOU FALANDO É, NINGUÉM QUE EU CONHEÇO É!” Tudo bem, me explico melhor: Esse “conceito” de artista acabou. Artista era um Van Gogh, um Nijinski. No século 19 havia ainda artistas. No 20 eles começaram a desaparecer. No 21, meu bróder, viramos todos ESPECIALISTAS. É o tempo dos ESPECIALISTAS. E olha que existem ESPECIALISTAS geniais. Assim como existem CURITIBOCAS geniais. Esse cara sobre que estou falando, ele é um ESPECILISTA CURITIBOCA genial. Ele é um cara em que a frase “Me prostituo porque tenho que comer, tenho que me vestir, tenho que freqüentar o Clube” não soa de maneira pejorativa. Porque ele não é um artista, mas um ESPECIALISTA CURITIBOCA genial. Uma vez minha professora de marquetingue (Sim, os CURITIBOCAS ESPECIALISTAS geniais estudam marquetingue, tem que estudar marquetingue senão não se tornam CURITIBOCAS ESPECIALISTAS geniais) Essa minha professora deu a seguinte aula “Quem é bom se estabelece.” Eu levantei, dei boa noite, e nunca nunca mais encontrei aquela professorinha (até hoje acho que ela não se estabeleceu... bem, pelo menos nunca cruzei com ela ali pelo Largo da Ordem). Mas eu aprendi alguma coisa com essa minha professora.

Essa “teoria” de que ARTISTAS não existem mais.

Onde cheguei tendo aprendido tantas coisas? Cheguei até a seguinte opinião “Quem é vendido se estabelece.” Esse cara de quem falo, esse cara é um CURITIBOCA ESPECIALISTA genial VENDIDO. Sim, irmãos, deus é bom com alguns. Tudo bem, leitor, você está discordando de mim nesse momento (Você também “cara de quem estou falando” está discordando de mim). Mas vai dizer que um cara que toca violão pra caralho, com um suingue ducaralho, canta em três bandas ducaralho (super-contraditórias em suas essências), faz comercial de televisão, atua em peças de teatro (aqui me refiro a Lingüiça no Campo, ducaralho), faz performances, é cineasta experimental, cozinha bem, e motiva um escritor bom pra caralho a escrever um texto sobre ele, vai me dizer que esse cara não é um vendido ducaralho?

Vou expor um pouquinho mais da realidade pra vocês: 1º, sou apaixonado por esse cara; Segundo, ele adora trocadilhos (e com ele trocadilho tem peso de soneto); Sexto e décimo e ponto final, o lance dele é grana, e ele se prostituirá caso você pague bem. Parem de ser hipócritas, todo mundo aqui e aí e ali adora puta.

Então é isso, tá na hora de vocês conhecerem o Nero. Ouçam suas canções, seus poemas. Vá ver suas peças, seus desfiles no não-carnaval do Largo da Ordem. Procure por ele em Antonina e nos bares mais quentes de Gélida. Vire amigo íntimo do Nero, e você verá que ele não é tão metido, tão antipático quanto você pensava (mesmo que você nunca tenha pensado isso a respeito dele). (Mesmo que você tenha sempre o achado um doce, um fofo, um amor, um cara parecido com o Luiz Felipe Leprevost) Vá então confirmar que ele é tudo isso: um fofo, um doce, um bilu-bilu, um Luiz Felipe Leprevost. ATENÇÃO, invista seu dinheiro no talento de Alexandre Nero. Lembre-se sempre que ele é um CURITIBOCA ESPECIALISTA genial VENDIDO e contrate seus atributos. Isso faz dele um cara único, ótimo, sábado, proparoxítono. COMPRE JÁ ALEXANDRE NERO, COMPRE, COMPRE, COMPRE, seu cachê vale a pena, na insatisfação, seu dinheiro de volta, COMPRE, AJUDE A FAMÍLIA, AJUDE NERO QUEIMAR ESSA CIDADE, VAMOS BOTAR FOGO EM GÉLIDA.Alexandre Nero é um que sabe que “debaixo dessa neve mora um coração.”Ps. do final. Tanto o “ps” do começo como o “ps” do final devem ser publicados. Não esqueça. Não mude nada. Não edite. Se não couber no teu site, sinto muito, não entrará. Só coloque se for na íntegra. Se é um texto ofensivo, ofendido, defensivo, brutamontes, humilhante, nada disso importa. Esse texto é isso, nem menos nem mais. Inclusive os abraços, a assinatura, a data e o local, que escreverei em seguida, devem estar publicados com o todo. Abraços,

Luiz Felipe Leprevost
16/03/2006 – Rio de Janeiro.
(Luiz Felipe Leprevost é jornalista, escritor,ator, compositor e poeta. Autor dos livros "Fôlego" e "Ode Mundana")
Lançamento do 5º CD do GRUPO FATO, "MúsicaPrageada".
Dias 11, 12, 13, e 14 às 21:00 no Guairinha.
Ingressos a R$ 10,00
estudante R$ 5,00
informações 3304-7982
APAREÇAM

segunda-feira, maio 08, 2006

poeminha singelo para uma noite singela com uma guria singela (ou beijo estilo Guilherme Tell)

seu beijo fala
e me interrompe sempre
quando vou fazer um verso bom.
seu beijo cala
e me constrange ante
a possibilidade de errar o tom.
seu beijo saca
e me dispara balas
e mais balas de hortelã.
e ele acerta
e avermelha o rosto
bem na parte
onde chamam de maçã.

sexta-feira, maio 05, 2006

o dono da bola

escondo as suas bitucas
manchadas de batom aqui
no meu umbigo profundamente
infantil,
por que é minha agora
a respiração da fumaça,
assim como o seu novo toque de celular
e a nossa música não composta.
é meu o seu comentário
sobre a minha imaturidade e
sobre o clima de mofo da cidade.
são minhas as doses de pinga,
as doses de glicose da cor refrigerante lata
e da cor caipirinha.
é minha a bêbada do meu lado,
assim como você é minha,
por mais que as suas coisas digam
não.

quinta-feira, maio 04, 2006

psico

não, eu não sou um ator.
sempre quis ser um, mas não,
a minha cara não consegue fugir de mim.
e eu não sou um cara comunicativo
antes, talvez mais palhaço,
mais alugado, mais chato,
inconfundível,
mas hoje não,
a minha voz não consegue fugir do peito.
e eu tenho raiva daqueles que vomitam palavras,
dos que riem alto,
isto me lembra adolescentes em excursão para a Disney.
eu odeio adolescentes e suas risadas
e o seu pleno bem estar com o mundo
e a sua vontade de "curtir o momento"
e a sua tristeza de shopping center.
não que eu nunca tenha tirado um sarro
de mim mesmo, mas hoje não,
a minha risada não conhece mais o que não é vingança.
e pra falar a verdade,
que bom que eu não sou um ator,
já que eu poderia muito bem
começar a carreira num programa
em que tudo acaba em risadas e adolescentes
rindo pra caralho das nossas caras,
mas não, eu não sou um ator
e o meu passado não conhece direito
tanta felicidade.

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