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sábado, agosto 14, 2004

depois da festa (para todos que jantaram comigo ontem)

Ser pesado nas palavras,
a chuva
hospedada na roupa do mendigo.
Chorar o orvalho de um desconhecido e estourar tímpanos
como se estoura bexigas nas festas de domingo.
Não lamentar a preguiça,
deitar em tudo que merece não ser mais.
Esquecer que se sabe escrever
preferir o sono de sonhos aos versos.

Ser o que se acorda no papel
rabiscado de silêncio

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