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sábado, dezembro 17, 2005

IMPERDÍVEL

Lançamento do cd "Poesia em desuso - Koproski/Bukowski/França"

Será no dia 20 de dezembro, terça-feira, no Wonka bar (que fica na trajano reis, onde era o birinites). Estejam no bar a partir das 21:00 horas. Espero todos vocês lá.
Mais uma do Cazuza.

Não estou (mais) no clima do poema, mas que é bom pra caralho, é. Sintam o aroma da perpétua.

Brigitte Bardot

Deus é amor sem segredo
Nos olhos do cachorro
E a todo animal que ele quis que visse
Sua obra já pronta.
Morro de medo dos teus olhos sem palavras
Bigorrilhos, duques e xerifes
Porque me viciei em sons codificados
Porque eu sei que amar é abanar o rabo
Lamber, latir e dar a pata.

Cazuza

sexta-feira, dezembro 16, 2005

minutos antes

enquanto você suava o olhar
cansado de deter o espírito
eu deitava o rosto em seu peito
e com os dedos secava o que derretia de amor

minutos antes estávamos inquietos
eu sobre o seu corpo
você sobre o meu
encaixados, moucos como descargas elétricas
como bestas a procura de sanar a sede da alma

minutos antes experimentávamos
na escuridão das pálpebras
os nossos gemidos, como doces escondidos
em armários secretos.
Eu, com a língua,
roubava as pintas de sua pele.
você, com as unhas
abria caminhos em minhas costas

minutos antes não sabíamos
o que era este ardor
e agora dormimos abraçados
como o caule e a casca
alimentando no sonho a idéia de amar
em todos os minutos deste andor
e em todos os espaços desta casa.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Harvey Pekar

Descobri agora pouco que o criador da revista American Splendor, (que no começo era ilustrada pelo Robert Crumb) Harvey Pekar, possui um blog. Muito louco saber disto, já que a revista do cara sempre o expôs de forma crua durante estes anos todos. Para quem se interessar, eu coloquei um link logo ao lado.
245 - 244 = 1

Rasguei as fotocópias da faculdade, as traças que acumulei no armário.
rasguei as partituras de violão erudito,
rasguei o poema não compreendido,
rasguei o que em mim era lixo,
agora que tenho certeza.

Rasguei as rosas que eram de papel,
rasguei o tempo de aluguel, o espaço de aluguel, a musa de aluguel,
o vento de inverno, o vento de ar-condicionado, a renite alérgica,
agora que tenho certeza.

Rasguei o chão nojento que eu pisava,
rasguei aquilo que me possuía sem me pedir licença,
rasguei os travesseiros desnivelados,
as notas baixas do colégio,
o padrão estético e moral,
agora que tenho certeza.

Rasguei principalmente o meu ar de ironia,
a minha cama fria,
a luz acesa para dormir,
o escuro para chorar,
a platéia para sorrir
a certeza de tudo,

agora que tenho certeza.

Rasguei como um animal
aquilo que uivava triste no estômago
e ainda soluça ao amanhecer,
pois rasgar
foi a única maneira de voltar
a minha velha certeza de nada
e ainda não te esquecer.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

POETA EM CONSTRUÇÃO.


Estarei ausente
não sei até quando
pra você, o meu presente:
este silêncio estranho.

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