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segunda-feira, agosto 09, 2004

Embaçar os vidros da casa e depois embaçar os espelhos. Não deixar o foco das coisas trespassar a pele de dentro. Embaçar as luzes. Não deixar que os passos dos raios de suas carnes atravessem os meus livros. Beijar a boca das paredes. Demonstrar afeto ao colo da casa. Sujeitar as dobras do corpo ao papel, imprimir as estruturas que compõe o percurso do tato. Atravessar o seu sexo, atear poder em seu avesso solitário. Consumir célula a célula, não deixar migalhas de células.

Refazer o existir com as mãos.

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