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quinta-feira, junho 17, 2004

gripe

Media com os olhos as coisas do mundo, hoje meço com o sabor. Com o meio-amargo das palpitações dos músculos de sentir. Eu encontrei uma janela aberta na noite quando olhei sua boca. E fechava a veneziana olhando suas pálpebras serrarem. Cavava buracos no seu ego. Escondia minha força de guindaste ali, no amontoado de barro dos seus sonhos. Erguia, pedaço a pedaço, cada lado da minha vontade. Quando aprendi a dizer “eu te amo”, tive a idéia de suicídio. Quando aprendi a entrar em você, tive a idéia de só matar uma parte de mim. Só a carne minha que era você valia a pena. E como podar as ilusões em noites de outono? É como esperar o inverno na frente do papel. É como chorar em silêncio a trilha do último momento. É como filmar o seu rosto e apagar a fita
na esperança de um único segundo ao vivo.

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