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segunda-feira, junho 13, 2005

Preparar para o mergulho!

Largue esta vergonha que o incomoda. Tire toda esta roupa, trague este cigarro e relaxe. Nada o pode incomodar, a não ser você mesmo. Esquece esta ilusão chamada vida. Quem foi que disse que a vida é para ser vivida? A vida é para ser usada. Utilizada pedaço à pedaço, célula à célula, descarga à descarga. Largue agora a minha mão, você não precisa mais de ninguém. Ninguém precisa de ninguém quando descobrimos a nós mesmo. Chupe toda a alma que a sua carne pode absorver. Chupe todos os sentidos, engula devagar os sentidos, sinta a sua mente se espreguiçar, a poesia surgindo, a vida sendo plenamente utilizada, a mão não resistindo à escrita, a caneta trabalhando, os sistemas em seu pulmão, em seu intestino, nada o pode parar, nem o seu inútil desejo de não entrar nesta nova pira de fogo, de lodo, de útero, de mágma, de lava, de luz. Você não precisa mais do papel, quando você viu você já desabou neste buraco branco e cego, completamente cego e ignorou o resto. O mundo esfarelou dentro do papel. Esquece as festinhas de aniversário, as noitadas em karaokê, as danceterias, as boates retrôs (hoje em dia, super na moda), os bailes de formatura, os casamentos, os chás de bebê, o poker de fim de semana, o parque de fim de semana, a trepada de fim de semana, a leitura de fim de semana, os velórios, os velórios, os velórios. Você já está em outro caminho. Esquece este mundinho medíocre que algum medíocre, mediocremente, chamou de vida. A sua vida agora é outra. Tire logo esta roupa e mostre a você até aonde você pode ir. Você já pode escrever o primeiro verso.

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