.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Do Blog da Mostra Cena Breve

Coração de congelador - Súbita Companhia de Teatro

Trecho da crítica sobre a cena "coração de congelador"

(...)

"Na última cena, o grupo parece, num primeiro momento, ter se distanciado ainda mais da proposta temática, da relação entre o amor e a dor, mas, por outro lado, fica a impressão de que entra em cena um novo componente que se relaciona diretamente com a dor de amor: o tempo. O tempo parece ser o protagonista dessa última cena. Nela, os sujeitos são praticamente atropelados pelo cotidiano, pela velocidade em que a vida corre. Uma música dá a dinâmica da cena: a letra descreve situações, mencionando objetos. Os objetos vão entrando em cena, passando de mão em mão. Apesar da dinâmica da cena investir radicalmente na repetição e correr o risco de se esgotar logo, o conjunto da realização é tão singelo que a cena ganha sentido.

A repetição não é, nesta cena, uma exposição de um procedimento interno ou uma formalização postiça. Ela tem significado, oferece ao espectador algumas possibilidades de fruição. É possível pensar que os objetos, apesar de nomeados e reapresentados visualmente, exercem uma ação sobre os sujeitos, a ação do tempo. E, na preocupação de dar conta de lidar com tantas ações físicas concretas num ritmo imposto pela música, os atores param de fazer força para estar em cena e, quase por acidente, a presença de cada um acontece. É neste momento que aparecem os primeiros traços da autenticidade do grupo e, ao mesmo tempo, se estabelece uma distância radical das premissas que estavam em jogo na cena inicial."

Por Daniele Avila
Foto: Elenize Dezgeniski

Maíra, temos que continuar a parceria.

Para ler na íntegra, clique aqui

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog