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segunda-feira, março 02, 2009

Gelo dos olhos

Na nossa hora
Paro com o violão, com o toque duro
Das cordas de aço e falo, falo, falo
No lugar do silêncio dos ouvidos
Das paredes mofadas do meu quarto

À noite aperto o mute da tv
Para que o mundo não invada
À força a nossa casa
Com chutes e pontapés

O diálogo é a nossa missa

Parte das minhas roupas
Você jogou fora
Parte está fora de moda
(você me protege de vesti-las)
Mesmo dormindo me sinto seguro
Submerso num micro-cosmos de
Pequenas deliciosas mentiras

Não à toa saio à noite
Entre copos, cigarros e isqueiros
Onde busco a todo custo
Outra fonte de oxigênio

Mas deixar este teto, não
Isto são outros quinhentos
Nunca poderia esquecer
A mulher que
Derreteu
O gelo dos meus olhos.

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