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segunda-feira, setembro 08, 2008

quartinho dos fundos

No quartinho dos fundos
Uma montanha de jornais velhos,
Caixas de papelão, malas de viagem rasgadas,
Baús com tralhas e cacarecos,
Brinquedos quebrados,
Bonecos sem pernas, sem braços,
Livros esquecidos,
Enciclopédias.
Será que sou mais antigo
Do que tudo o que é inútil
aqui em casa?
Lá fora cimento, cal, pastilhas
Não mastigáveis,
Insetos verdes, mutantes,
Estranhas espécies do nosso meio
Apodrecido e com os pulmões
Entupidos de fumaça, fumaça, fumaça.
Aqui no meu quarto,
Só a minha cama.
O resto passa batido.

Uma questão:

Qual o recorde de tempo
Passado numa cama de molas
Olhando para o teto
Num quarto iluminado apenas
Pela luz da rua?

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