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quarta-feira, março 16, 2005

máculas do dia anterior (para Jorge Barbosa)


Vi o inimigo apanhando uma briga no rosto de um amigo. O patético serviu em meu corpo. O silêncio serviu de consolo. O olhar do bar era a minha vergonha de ver um amigo sangrando e de não ter papel ou verso branco para estancar o meu medo. Toda a briga que vejo é um motivo para a vida tirar uma com a minha cara. Toda porrada que levo não vem da luta que, por ventura, comprei.


Porém, doem no baço e na minha alma de otário todos os socos que eu não dei.

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