.

sexta-feira, julho 30, 2004

Naquela altura de árvore é que eu conseguia me ver abrir as folhas dos dentes. Arrastar os brinquedos depois da tarde de quintal é uma cruz que se carrega sorrindo. As costelas dos bichos, quando estes se espreguiçam, sorriem. Os insetos, quando batem as asas para fazerem barulho, sorriem. O doce, quando depõe o amargo, espera outro gosto para sorrirem juntos. Eu ando sem gosto, textura indefinida, por isto sozinho eu sorrio de tudo que eu provo. O asfalto sorri para o sol quando ele nasce. Eu sorrio para a lua quando ela me deflagra. Eu sorrio para a poesia quando ela me esconde da lua. Eu sorrio para o mundo quando ele percebe que está sendo observado. Eu faço o meu corpo sorrir quando tenho a nítida sensação de que ele não existe.

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog