.

quinta-feira, julho 15, 2004

desculpa esfarrapada à alguem que gosto demais (isto em menos de um mês)

Odiava chegar em casa atrasado. O meu horário era marcado pelas piscadelas que as sombras usavam para distrair meu sono. Chegava atrasado e perdia o final do desmaio. Chegava atrasado e me perdia. Atrasava a minha vida com desleixos atrasados, com observações atrasadas, com sentimentos atrasados. Chegar atrasado implicava em mimeografar tudo que foi vivido na noite. A noite tem uma hora para acabar e eu percebo quando ela me deixa sozinho. Eu sei quando a sua sombra não mais me distrai. Daí eu me submeto às cavernas artificiais de luz pela metade. É a partir da tristeza que a felicidade se revela plenamente. Hoje senti o meu edredom como quem sente a mão esquentar na água da torneira. A minha pele agradecia à minha suavidade programada. A lua, muitas vezes, me esnobava e hoje a olhei como quem olha para o sol a procura do seu real contorno.

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog