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terça-feira, maio 25, 2004

Quando

Quando estoura a última corda e o dedo sangra o ponto final. Quando a eletricidade toma nota de suas tenções e a cabeça padece sustentada por fios. Quando a banda arranca um soco e a torcida engole a faísca. Quando Curitiba some nos vãos de um piso de madeira velho. Quando a carcaça apodrece e o orgulho pede carona. Quando uso sufixos para explicar minha derrota. Quando surge um sinal na frente da contramão. Quando sujo a camisa de barro nas costas de um irmão. Quando soluço o estrago do verbo de um romance inacabado. Quando mastigo a banguela da gengiva do adjetivo gasto. Quando suado encontro a solução num banho de inverno.
Quando não tranco a porta e espero um dia entrar.

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