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segunda-feira, abril 26, 2004

Inéditos

do livro "um blues em curitiba"

IV

Nas veias do espaço
Escorro seus braços
No morno dos objetos
Um palmo de aflição
Seu rosto queima a matéria dos sistemas
Das mensagens implícitas do céu
Construo a sua forma com estrelas
E o véu da epiderme
Que da língua inflamava solidão,
Brota riscos de álcool
Na pele da retina
A droga destila pedaços de cores
Da íris
O paladar sufoca a respiração
Você surge em fragmentos de sabores novos
Acostumo as pernas a um novo caminho
Você esparrama suas regras pelo papel
E galáxias se formam de acordo com seu orgulho
E o copo de riso parece acabar
A todo nada-de-tocar
Volto aos pelos que rangem
A nota de um limite
Entre o céu e minha angústia
Sinto ela se livrando de seu resto
De seus olhos
O laranja das formas solares
a dar espaço a noite.


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