.

sábado, junho 11, 2011

Resenha que saiu no jornal Industria e Comércio sobre o livro "de doze em doze horas"

Por Isabel Furini

De doze em doze horas

Esse livro de poemas de Alexandre França (editora 1801, 2010, 120 páginas) nos convida para observar a passagem das horas com os olhos do poeta. A subjetividade nos permite ver ambientes, pessoas, a própria cidade de um ponto de vista diferente: “ à noite mergulhar no fim mudo da linguagem, /modelar ruma raça…”.

A poesia de Alexandre França é moderna e imprevisível. Foge dos moldes, dos padrões. França nos leva por caminhos desconhecidos, abre diante de nossos olhos um mundo ignorado, uma dimensão poética que seduz pela beleza e assusta pela crueldade de alguns assuntos que aborda com singularidade. Vejamos o poema Moradia:

há uma cidade

no meu travesseiro,

um estado

embaixo da cama,

um país

entre a janela e a veneziana,

um mundo

num porta-retratos.

e você,

onde mora

aqui dentro

de casa?

Márcio Mattana enfatiza: “Embora Alexandre França nos ofereça um ciclo completo de manhã, tarde e noite, há sempre uma sensação meio noturna a brotar de seus versos. A manhã se mistura à madrugada e quase tudo é vivido dentro de quartos e salas, oscilando entre o sono e a insônia: “Há sempre alguém acordado por você”.

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog