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sexta-feira, abril 17, 2009

A cor branca do tédio


O barulho das pálpebras

O ritmo da insônia a martelar

Os pregos da cama

Dos quadros na parede branca

Do mofo na parede

Branca

Com certeza

Hoje um casal se separou

Por um motivo ridículo

E um suicida num cubículo

Se alimenta vorazmente

Do próprio vazio

Nas ruas

O som da metalurgia

A fumaça do frio e dos cigarros

A liturgia do trânsito

O lento atendimento da previdência

O micro crédito da loja endividando

O povo com parcelas da tv

29 polegadas

Por onde anda o herói

Que irá nos salvar

Deste tédio?

Quando foi que perdemos

A divindade

Para estas discussões

Sobre o nada?

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