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segunda-feira, agosto 14, 2006

diálogo em noite frustrada

Ela diz - eu sou um redemoinho de sentimentos e sensações, uma alma pronta para alçar vôos cada vez mais profundos por entre os galhos rotos que a vida nos impõe, pois esta é a minha vida, um rio transbordando e transbordando e transbordando um céu de sentimentos múltiplos, de cores nunca antes vistas queimando o que é diáfano e lacrimoso.

Eu digo - você está carente.

Ela diz - você nunca vai entender o que se passa nesta alma-fênix de mulher rasgada pelas artimanhas ferinas da vida, já que esta sua forma machista de impor a sua opinião será sempre uma barreira entre esta represa tórrida de sentimentos, que sou eu, e esta sua mania irritante e reducionista de limitar todo e qualquer assunto que diga respeito à mim.

Eu digo - você está carente.

Ela diz chorando - você nunca vai me entender. você com este seu ar de pseudo-intelectual, com este cigarro entre os dedos, com este brilho irritante no olhar. sabe o que mais, você é um bêbado, eu nunca deveria ter me envolvido com um tipo escroto como você, já que você, com esta sua enpafiazinha de moleque, nunca irá entender uma mulher de verdade, uma pantera desvairada no cio dos mais puros e impuros sentimentos, uma estrela cadente do eterno brilho da sexualidade feminina de um fera em extinção

Eu digo - você já não está falando coisa com coisa

Ela diz - e o que você entende disso, seu merdinha?

Eu digo - me dá um abraço?

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