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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Trecho da peça Jogo da Verdade (para os que participaram das várias sessões de "Chamando na Chincha" na Pizza Mais)

As personagens passam um tempo olhando uma pra cara da outra, girando um isqueiro no centro de uma mesa (ou outra superfície qualquer)


A - Você não vai falar nada?

B - Não. Não quero falar

(pausa)

A - Eu nunca te pedi para fazer aquilo

B - Aquilo o que?

A - Aquilo...você sabe (apenas mexe os lábios)

B - Eu não fiz isto...

A – Como não?

B – Não fiz nada disso que você disse que eu fiz...

A – Eu disse?

(pausa)

B - você me forçou a contar uma coisa que eu não fiz

A - Claro que fez! Não seja hipócrita!

(pausa)

A – Desde que começamos a jogar o jogo da verdade aqui nesta (interrompendo B) Não fale mais nada a respeito...você jogou fora toda uma vida por causa de uma (apenas mexe os lábios) eu não consigo entender como uma pessoa como você que (apenas mexe os lábios) e depois conseguiu (apenas mexe os lábios) pode falar uma coisa daquelas pra mim...

B – Você me forçou a falar aquilo...

A – não! Você queria falar aquilo.

B – Você me obrigou!

A – Estava entalada na sua garganta

B – falou que iria contar que eu (apenas mexe os lábios)

(pausa)

A – Sim, eu poderia contar o seu segredinho...sua...

B – Não comece

A – Você é uma hipócrita mesmo...eu sabia que eu nunca poderia jogar o jogo da verdade com você

B - A única mentira que eu contei foi o que você me obrigou a contar...

A – Pare com este cinismo...

(pausa longa)

A – Por que você perguntou se eu já dei o cu?

B – Ué, jogo da verdade é pra isto, não é? Para constranger as pessoas...

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