.

quarta-feira, julho 05, 2006

...mas eis que

entro no blog da Luana Vignon (destaque da poesia da minha lista de links favoritos) e me deparo com esta agulhada na unha do pé:


Um a um eu vou tirando os cacos,
aprendi cedo a rimar as cicatrizes,
aprendi que o sangue nunca coagula na memória,
sei que na sola dos pés a dor é mais aguda.
Sempre entrei arrebentando as portas de emergência,
mijando no contrafluxo,
entrando com os sapatos encharcados de urina na sessão espírita.

A gente caminha sobre farpas.
A gente segue deixando nossos pedaços esparramados por aí,
dentro de xícaras vazias
e travesseiros.

(Luana Vignon)




É, minha gente: nem tudo está perdido.

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog