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sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Adeus mundo velho de guerra. Deixei na estante esta carta, como quem fala ao comprar um cigarro: “Eu já volto, não precisa deixar esta porta trancada”.

Hoje resolvi dar uma folga a minha tristeza diária. Fiz com que tudo fizesse um sentido absurdo, ou que pelo menos me desse esta sensação de missão de vida cumprida. Almocei uma macarronada, liguei o computador, entrei no orkut e chorei. Chorei as contas, o meu desemprego, minha incompetência artística e toda esta besteira de poesia. Chorei como quem chora para um final feliz. É que o orkut não é um meio e sim um fim, algo definitivo. Os amigos estão ali, concatenados num quadrado. Basta saber que eles existem e pronto: fica-se instantaneamente bem consigo mesmo, como se os chakras das relações sociais já estivessem alinhados. Afinal, eu conheço mais de cento e trinta pessoas neste mundo velho de guerra e neste exato momento não estou falando, ouvindo e nem chorando com ninguém...tudo bem, sei que eles são meus amigos. O orkut não mente. Ou será que mente?

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