.

terça-feira, junho 01, 2004

Uma noite a dois

Acordei em calda. Em meio à biodiversidade silvestre das cobertas. Seus braços caíram duros ao chão, cordas a espera da amarra. Acordei gelado, seco de suor. Esperava o sol subverter a interface do céu. Coisas perdidas nas calçadas gritavam por um olhar que seja. Eu esperava subverter a interface da sua pele. Abrir a carne com a unha. Montar e desmontar as células do seu corpo.O que de fato me esperava era um sorriso do asfalto me chamando de otário. Voltei pra casa assim, com a roupa subvertida de uísque barato. Você ficou na minha cabeça como fica a fumaça no pulmão canceroso. Os seios me afogaram. A vulva me enjoou o gosto. O fato disto só ter acontecido na minha cabeça, coagulou o funcionamento dos sonhos. Mas hoje é diferente, meu bem. Banhei-me com o ungüento certo, me vinguei do espelho. Hoje, eu trouxe tudo. Juntei dinheiro suficiente e hoje ficaremos juntos.

Dezoito Zero Um no Facebook

Arquivo do blog