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segunda-feira, junho 07, 2004

Carne vermelha

As partes da minha vida, os pedaços do seu corpo. O som da avenida, o seu tchau sussurrado. A minha decepção com a vida, seus olhos se fechando aos sábados. Nas costas desta terra construída a unha e pele, demorei meu corpo em sua função, em seu soluço de arrependimento. Minhas vísceras ultrapassaram os órgãos restantes. Nestas poças de ilusão mastiguei primeiro o surdo da sua mão. O ronco da sua boca. Os filetes dos seus cabelos. Engoli todo o ar que lhe fazia melhor. Fiz minha a sua respiração.

Hoje, pintei as paredes de vermelho e compreendi o ritmo esnobe da sua circulação.

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