boca de pedra
Meu passeio é feito à formação de rochas, quando definham as ondas de mármore das praças. Casas feitas de pedra, móveis de pedra, comida de pedra. Instalações de flocos de pedra desabam beijos de espinho na minha pele. Línguas urgem lamber minha saliva, fazer do meu suor, pedra. As garrafas jorram líquidos-pedra no meu esôfago. O estômago brevemente apedreja a minha vontade por engolir mais pedras. A epiderme do espírito descasca pedras, meu nariz respira pedra. Quando morrer, o meu ar terá a mesma textura de um passeio movido a pedra.
E se voltasse, a morte faria de pedra o coração
que ao invés do mármore do dia seguinte
pulsava o barro da idade do início.
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Blues Curitibano
sexta-feira, junho 11, 2004
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