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sexta-feira, maio 14, 2004

Catarata

Uma janela aberta é como a boca aberta de sono: engole o que não precisava ser engolido. Um piso de madeira velho e esquecido é como o andar de um indivíduo cego: traz nas pernas um último olhar de lembrança. Os autofalantes dos carros nos denunciam ao nos anunciar. Os muros não estão pichados e sim mordidos. Em cada previsão uma angustia de não acontecer nada mesmo. As cores não são como eram antes. A minha córnea escureceu antes do tempo previsto.

E eu, não deveria começar a escrever tão cedo.

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