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sábado, outubro 18, 2008

Mais um texto insano da Reka. Confiram

Negativo, capitão.

Quem anda pesquisando "garota reka" no google? Quem é idiota o suficiente para formular perguntas completas ao oráculo? Seria uma ferramenta de busca a melhor opção para se encontrar garotas de programa em cidades interioranas de estados do sudeste? Quando São Paulo se tornar Sampaulo (ah, se essa reforma gramatical fosse minha), esse país acaba (ou começa, num big gang bang bem brasileiro). Hoje havia um livro sobre a reforma gramatical no caixa da livraria; nove reais é o preço da nova língua. Alguém vai comprar? Eu não. Estou conformada em me tornar a tal velhinha do Clube da Hortência que insiste em pronunciar tremas, carregar textos com hífens necessários apenas para o meu próprio ego e achar tudo o máximo (leia-se má[c]-xi-mo). O má[c]ximo foi um diálogo surreal que ouvi hoje da janela de um dos cafés do centro da cidade: uma mulher (vamos chamá-la de Lúcia e estimar sua idade em 32 anos) tentava convencer um mendigo meio ébrio (Juvenal, 39 - que recurso mais revista Caras) a deixar a vida vadia, se reconciliar com a mulher e voltar para casa. Ele pedia dinheiro e tropeçava (na calçada e nas palavras) enquanto insistia que estava limpo e que a mulher havia o expulsado de casa por loucura dela e não por limites ultrapassados por ele. Lúcia, cansada das investidas de Juvenal (que a essa altura já começava a tentar tocá-la em um dos braços a cada frase e se inclinava cada vez mais na direção do seu rosto ao balbuciar coisas incompreendíveis), atravessou a rua, mandou o cara pastar e seguiu sua vida atravessando a rua. É só isso? Sim, eu não tenho muita paciência para descrever eventos reais (divagar de verdade é muito mais rico e interessante). Na verdade foi realmente interessante e, como estava sentada ao lado da janela, pude acompanhar algo em torno de 15 minutos que podem ser resumidos em:
Lúcia: _Volta pra casa, cara. Volta pra tua mulher.
Juvenal: _ Grsjhaj limão hajmussi.
Lúcia: _ Se reconcilie com ela. Tome um banho, guarde dois dias do dinheiro da pinga e leve flores!
Juvenal: _ Ela digidusma é uhngati o preipon cramunhão.
Lúcia: _ Toma tento! Larga essa vida que não leva ninguém a lugar nenhum, rapaz.
Juvenal: _ Eu vou, eu vou. Mas tergj eu só (arroto) preciso de um (outro arroto) trocado para o ônibus até a (resmungos) casa da muié.
Tive que rir da inocência dele crendo que alguém acreditaria nisso.
Lúcia riu. Eu ri. Juvenal arrotou e encostou no braço de Lúcia mais uma vez. Lúcia diz que está com pressa e se desvencilha de Juvenal; dou outro gole no café e peço uma fatia de Bolo de Rolo.
Mas, quem diabos pesquisou "garota reka" no google?

Mais?
www.muitoazeitepoucosal.blogspot.com

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