O CD "Cidade Estrangeira" do Marcelo França, mais conhecido como Lique, é, sem exagero, uma das melhores coisas que eu já ouvi daqui de Curitiba. Letras fantásticas (a maioria do poeta Amarildo Anzolin, em sua melhor forma, na minha opinião) e os arranjos únicos de Alonso Figueroa, que seguem a estética sombria do disco (uma mistura maluca de Tom Waits, Astor Piazzola e Cartola). Sempre quando dou uma pausa, coloco pra ouvir o cd. Muito bom. Quando eu digo que a cidade está evoluindo, as pessoas não acreditam. É só entrar no my space dele e conferir. http://www.myspace.com/liquespace
Enchente
(Lique/ Amarildo Anzolin)
Vim de lá
Correndo, só pra te contar
Que o mar invadiu toda cidade
E a tempestade que virá, de lá
Na certa pode carregar os sonhos
Quanta água invade
Nem dá tempo de pensar
Me atirei no mar, onde o meu amor morreu
Só mágoa e eu...só mágoa e eu
Vem olhar!
Só vendo dá pra acreditar:
De amar, morreu a tranqüilidade
E há tempos há tardes em que não há
Lugar para o meu peito descansar
De tudo que me traz esta saudade
E essa vontade de lembrar
Quem me esqueceu
Me atirei no mar, onde o meu amor morreu
Só mágoa e eu...só mágoa e eu...
Virá, meu Deus! Do fundo do mar
Uma onda linda pra me salvar
E lavar a ferida que a vida tem
Que apagar.