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sexta-feira, abril 30, 2004

neblina

Vou mastigar esta casca de uva como quem mastiga pedras, meu bem. Hoje acordei com uma peça de mármore na circulação ao invés de sangue. Lembrei de quando o guarda-chuva quebrou na avenida da sua casa. O corpo não secava, escorria lembranças. Mas é por isto que recorto a minha cara destas fotos de inverno. Curitiba não dá tréguas: pede um abraço e um beijo no rosto. O que fazer destas pedras mal colocadas na calçada? Curitiba pede um tropeço, um caminho torto. E eu sigo ligando e desligando o interruptor da neblina na aurora. Deixei ligado pra você, meu bem.

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