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domingo, abril 25, 2004

Verdade de boteco

Um dia no boteco a gente se dá conta: nossos olhos olharam mais, nossos braços abriram mais e a boca secou as lembranças de outros casos. Quando a boca seca e os lábios polvilham a saliva de uma farofa espessa, surge um desejo de esconder a língua da sua verdade. Você não quer falar verdades, acha chato quem as admira. Mas aos poucos você deixa os sistemas do seu corpo o consumir...bem, controle sobre alguma coisa você nunca teve mesmo...talvez controle sobre a verdade, aquela implícita no sonho que teve antes de acordar. Você acorda a sua vida e deixa de cumprimentá-la. Você dorme na mesa do boteco e ninguém teve o interesse de acordá-lo. Até que por um momento a gente pensa: "talvez, se eu falasse a verdade". Você acorda e o sol acorda todas as verdades, que não serão faladas até que o vermelho das formas solares feche os olhos aos primeiros copos de cachaça da noite.

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