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sábado, abril 08, 2006

Em troca de nada

Durante anos
Amei a puta
Que tirou o meu cabaço.
Amava como nunca amei a mim mesmo
O seu corpo, a sua voz, o seu cabelo
E até o cigarro que ela
Gentilmente me roubou.
No fundo ela era uma noite
Na constelação das noites todas
E eu, um pau a mais que ela
Era obrigada a excitar.
Mas de uma coisa eu não esqueço:
O morto do olhar a procurar
O oco da mente.
A solidão que soluçava de repente:
“vem cá, baby.
Fica comigo abraçado mais 5 minutos.
Apague esta luz e feche a porta.”
Ali eu entendi
O que é amar sem pedir nada em troca.

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