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segunda-feira, março 13, 2006

depois de algumas xícaras de café.


Amanhã
preciso urgentemente morar sozinho.
Minha mãe se preocupa feito uma louca
com a saúde do meu pulmão.
Meu pai acha o meu futuro discutível.
Meus irmãos já não me olham como antes
Cadê o adorável casula com os seus truques?
É justamente nestas chuvas de verão
que eu me lembro da morte e dos seus avisos all type.
E eu sei
A única coisa
que talvez não me abandone
é a palavra.
Agora mesmo eu me abandonei
ao querer me isolar numa solitária estação de metrô, num solitário trem fantasma,
num solitário shopping de descontos, num solitário rodízio de carnes
ou num seriado de tv.
Não acho seguro acreditar em amor ou beber antes de dirigir.
Agora sei
Eu preciso de segurança 24 horas, de efeitos que durem 24 horas e principalmente de caixas 24 horas.
Agora entendo o abandono
pois quando os créditos surgirem na tela
é provavel que a Palavra ainda esteja ao meu lado
acariciando os meus cabelos e sendo brega para o meu desgosto:
"você ainda tem a mim".
Amanhã
preciso urgentemente continuar escrevendo.

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