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terça-feira, julho 06, 2004

Bicho cabeludo a procura da clausura do casulo, de madrugada cuspi um futuro de borboletas. Bicho cabeludo pisando o chão como quem a passos largos pisa no próprio coração, prendi com os lábios as arestas das coisas. Bicho cabeludo ingênuo na caixa de fósforos da criança, queimei junto com o cigarro. Bicho cabeludo com úlcera de tanto tomar tempo, perdi os cabelos em função do espaço. Bicho cabeludo, queimo as carcaças enquanto não coloco a minha vontade no seu corpo. Feio e cabeludo, rumino as texturas de plástico do trabalho. Ontem eu não dormi, pois engoli minha cabeça como quem engole a vontade do sono em função de um beijo de boa noite.

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