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quarta-feira, outubro 24, 2007

Imperdível - nesta quinta-feira

Lançamento de ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, a antologia poética de LEONARD COHEN - traduzida pelo Fernando Koproski e editada pela 7 letras.

Se não bastasse o belo trabalho que o meu amigo Fernando Koproski fez com o velho Buk, agora ele nos brinda com esta bela antologia dos poemas do Cohen. Digo desta forma por ter acompanhado a via crucis que o Fernando passou pelo mestrado (que foi sobre o Cohen) até chegar nesta edição, sempre bem caprichada e bem acabada pela 7 letras (vide "esta loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém"). Enfim, é o que eu sempre digo: se não fossem estas ótimas ocasiões, como é que nós beberiamos aquelas prometidas geladas juntos?! Grande Koproski! Minha sombra já está a minha espera lá no Sal Grosso. Apareçam.

Serviço

Livro: ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, 184 páginas (edição bilíngüe).
Autor: LEONARD COHEN
Editora: 7 Letras
Tradutor: Fernando Koproski
Lançamento:
quando? 25 de Outubro, quinta-feira, a partir das 19:30 horas
onde? Bar Sal Grosso, Largo da Ordem, 59,
(ao lado do bar do alemão) f. 3222 8286
** Preço Especial de lançamento: R$ 30,00 **
Informações:
fkoproski@yahoo.com.br


SOBRE O LIVRO:

A editora 7 Letras está lançando ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, a 1ª antologia brasileira de poemas de LEONARD COHEN, com organização, tradução e apresentação de Fernando Koproski. Utilizando como fonte poemas selecionados de 8 livros do autor, o volume apresenta pela primeira vez em edição brasileira poemas representativos dos temas mais freqüentes da obra poética de Cohen, permitindo uma avaliação da surpreendente poesia deste autor que no Brasil é conhecido como músico e compositor.

SOBRE O AUTOR:

Leonard Cohen nasceu em Montreal, Canadá, em 1934. Estreou na poesia com Let us compare mythologies em 1956, ao que se seguiram mais nove livros de poemas e dois romances, que até hoje instigam e influenciam diferentes gerações de leitores no mundo inteiro.
Cohen foi traduzido para mais de 20 idiomas, tais como o francês, italiano, alemão, polonês, espanhol, hebraico, chinês, sueco, dinamarquês, russo, holandês, norueguês, finlandês, tcheco, turco, croata, sérvio, romeno, esloveno, bósnio, islandês e o persa.
Estreou como músico e compositor em 1967, com o álbum Songs of Leonard Cohen. Depois disso, já gravou outros dezesseis discos. Sua obra musical recebeu homenagens, tributos e regravações por parte de artistas rock e pop, tais como R.E.M., Pixies, Nick Cave and the bad seeds, Ian McCulloch, James, Lloyd Cole, John Cale, Sting, Elton John, U2, Jennifer Warnes, Judy Collins e Madeleine Peyroux.

SOBRE O TRADUTOR:

Fernando Koproski nasceu em Curitiba, em 1973. É escritor, tradutor e letrista. Publicou 8 livros de poemas, entre os quais: Manual de ver nuvens (1999), O livro de sonhos (1999), Tudo que não sei sobre o amor (2003), Como tornar-se azul em Curitiba (2004) e Pétalas, pálpebras e pressas (2004). Foi co-editor e idealizador da Kafka – edições baratas.
Como tradutor, organizou e traduziu a Antologia Poética de Charles Bukowski Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém (7 Letras, 2005). Como letrista, tem parcerias musicais gravadas por Beijo AA Força, Alexandre França e Carlos Machado. É Bacharel em Letras Inglês e Mestre em Literatura de Língua Inglesa pela UFPR.

UM POEMA DE LEONARD COHEN:

Não há traidores entre as mulheres
A própria mãe não conta ao filho
que elas não nos querem bem

Ela não será domada com conversas
A ausência é a única arma
contra o supremo arsenal de seu corpo

Ela guarda um desprezo especial
para os escravos da beleza
Ela permite que eles a vejam morrer

Perdoem-me, companheiros,
Eu canto isso apenas para aqueles
que não se importam com quem ganha a guerra

(poema incluído em Atrás das linhas inimigas de meu amor).

Fragmento da orelha por Nelson de Oliveira:

Muita gente não conhece esses poemas. Mas conhece bastante bem a voz grave, áspera e vagarosa — afinada por cinqüenta mil cigarros — desse compositor e intérprete de dezenas de canções sombrias e melancólicas. Canções já clássicas, como Famous blue raincoat, The future e Waiting for the miracle. Canções que, como certos poemas aqui reunidos, tocam o Oriente, as drogas, as portas da percepção, o corpo da mulher amada, o céu e o inferno. “Suas canções cada vez se parecem mais com orações”, afirmou Bob Dylan. Os poemas também se parecem bastante com orações.
Muita gente não conhece esses poemas, essa sinistra liturgia. Mas agora vai conhecer, graças ao cuidadoso trabalho de seleção e tradução de Fernando Koproski. O mesmo Koproski que tempos atrás selecionou e traduziu ótimos poemas do Bukowski. Ótimos poemas que muita gente não conhecia. Do mesmo Bukowski desgrenhado e amassado que torcia o nariz para o elegante e alinhado Cohen. Guarda-roupa à parte, o americano e o canadense se entendem muito bem nos terrenos baldios da lírica.
Koproski recolheu vários poemas da vidraça embaçada e os trouxe pra cá. Para o calor dos trópicos. Para as cidades do verão sem fim. Que subitamente esfriaram, acinzentaram, apagaram os olhos externos para acender os internos. A nuvem de gafanhotos do Credo desceu sobre os edifícios. A montanha de Alguns homens mudou de nome e de dono. O ouro e o marfim d’As flores que deixei no chão taparam os buracos no asfalto. As mágoas e as carruagens d’A Rainha Vitória e eu atrapalharam o trânsito.
Outros fenômenos estranhos, irônicos e eróticos estão ocorrendo. Afinal os anseios carnais e espirituais desse libertino encantador foram trazidos pra cá quase sem aviso. Como eram trazidas, há milênios, as revelações violentas dos velhos profetas.

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