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quarta-feira, outubro 31, 2007

Trecho do show no Teatro Guaíra agora no youtube

A música que estou cantando neste momento é "Carvão" minha e do Edson Falcão.

Apareçam
Infelizmente, não poderei comparecer ao evento (estarei no Tim Festival), mas tenho certeza que será interessante. Apareçam.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Claudete Pereira Jorge declamando o "poema sobre a solidão".

Até me emociono em ver uma das melhores atrizes do Paraná declamando um poema meu. Este momento é mais do que especial, pois é a minha amiga Claudete Pereira Jorge no show que eu fiz no Guairinha quando lancei o cd "a solidão não mata, dá a idéia". Como eu já disse em outras ocasiões: escolho muito bem os meus amigos. Sinto até um certo orgulho em ser amigo da Claudete. Agora vocês podem começar a entender o porquê.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Imperdível - nesta quinta-feira

Lançamento de ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, a antologia poética de LEONARD COHEN - traduzida pelo Fernando Koproski e editada pela 7 letras.

Se não bastasse o belo trabalho que o meu amigo Fernando Koproski fez com o velho Buk, agora ele nos brinda com esta bela antologia dos poemas do Cohen. Digo desta forma por ter acompanhado a via crucis que o Fernando passou pelo mestrado (que foi sobre o Cohen) até chegar nesta edição, sempre bem caprichada e bem acabada pela 7 letras (vide "esta loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém"). Enfim, é o que eu sempre digo: se não fossem estas ótimas ocasiões, como é que nós beberiamos aquelas prometidas geladas juntos?! Grande Koproski! Minha sombra já está a minha espera lá no Sal Grosso. Apareçam.

Serviço

Livro: ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, 184 páginas (edição bilíngüe).
Autor: LEONARD COHEN
Editora: 7 Letras
Tradutor: Fernando Koproski
Lançamento:
quando? 25 de Outubro, quinta-feira, a partir das 19:30 horas
onde? Bar Sal Grosso, Largo da Ordem, 59,
(ao lado do bar do alemão) f. 3222 8286
** Preço Especial de lançamento: R$ 30,00 **
Informações:
fkoproski@yahoo.com.br


SOBRE O LIVRO:

A editora 7 Letras está lançando ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR, a 1ª antologia brasileira de poemas de LEONARD COHEN, com organização, tradução e apresentação de Fernando Koproski. Utilizando como fonte poemas selecionados de 8 livros do autor, o volume apresenta pela primeira vez em edição brasileira poemas representativos dos temas mais freqüentes da obra poética de Cohen, permitindo uma avaliação da surpreendente poesia deste autor que no Brasil é conhecido como músico e compositor.

SOBRE O AUTOR:

Leonard Cohen nasceu em Montreal, Canadá, em 1934. Estreou na poesia com Let us compare mythologies em 1956, ao que se seguiram mais nove livros de poemas e dois romances, que até hoje instigam e influenciam diferentes gerações de leitores no mundo inteiro.
Cohen foi traduzido para mais de 20 idiomas, tais como o francês, italiano, alemão, polonês, espanhol, hebraico, chinês, sueco, dinamarquês, russo, holandês, norueguês, finlandês, tcheco, turco, croata, sérvio, romeno, esloveno, bósnio, islandês e o persa.
Estreou como músico e compositor em 1967, com o álbum Songs of Leonard Cohen. Depois disso, já gravou outros dezesseis discos. Sua obra musical recebeu homenagens, tributos e regravações por parte de artistas rock e pop, tais como R.E.M., Pixies, Nick Cave and the bad seeds, Ian McCulloch, James, Lloyd Cole, John Cale, Sting, Elton John, U2, Jennifer Warnes, Judy Collins e Madeleine Peyroux.

SOBRE O TRADUTOR:

Fernando Koproski nasceu em Curitiba, em 1973. É escritor, tradutor e letrista. Publicou 8 livros de poemas, entre os quais: Manual de ver nuvens (1999), O livro de sonhos (1999), Tudo que não sei sobre o amor (2003), Como tornar-se azul em Curitiba (2004) e Pétalas, pálpebras e pressas (2004). Foi co-editor e idealizador da Kafka – edições baratas.
Como tradutor, organizou e traduziu a Antologia Poética de Charles Bukowski Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém (7 Letras, 2005). Como letrista, tem parcerias musicais gravadas por Beijo AA Força, Alexandre França e Carlos Machado. É Bacharel em Letras Inglês e Mestre em Literatura de Língua Inglesa pela UFPR.

UM POEMA DE LEONARD COHEN:

Não há traidores entre as mulheres
A própria mãe não conta ao filho
que elas não nos querem bem

Ela não será domada com conversas
A ausência é a única arma
contra o supremo arsenal de seu corpo

Ela guarda um desprezo especial
para os escravos da beleza
Ela permite que eles a vejam morrer

Perdoem-me, companheiros,
Eu canto isso apenas para aqueles
que não se importam com quem ganha a guerra

(poema incluído em Atrás das linhas inimigas de meu amor).

Fragmento da orelha por Nelson de Oliveira:

Muita gente não conhece esses poemas. Mas conhece bastante bem a voz grave, áspera e vagarosa — afinada por cinqüenta mil cigarros — desse compositor e intérprete de dezenas de canções sombrias e melancólicas. Canções já clássicas, como Famous blue raincoat, The future e Waiting for the miracle. Canções que, como certos poemas aqui reunidos, tocam o Oriente, as drogas, as portas da percepção, o corpo da mulher amada, o céu e o inferno. “Suas canções cada vez se parecem mais com orações”, afirmou Bob Dylan. Os poemas também se parecem bastante com orações.
Muita gente não conhece esses poemas, essa sinistra liturgia. Mas agora vai conhecer, graças ao cuidadoso trabalho de seleção e tradução de Fernando Koproski. O mesmo Koproski que tempos atrás selecionou e traduziu ótimos poemas do Bukowski. Ótimos poemas que muita gente não conhecia. Do mesmo Bukowski desgrenhado e amassado que torcia o nariz para o elegante e alinhado Cohen. Guarda-roupa à parte, o americano e o canadense se entendem muito bem nos terrenos baldios da lírica.
Koproski recolheu vários poemas da vidraça embaçada e os trouxe pra cá. Para o calor dos trópicos. Para as cidades do verão sem fim. Que subitamente esfriaram, acinzentaram, apagaram os olhos externos para acender os internos. A nuvem de gafanhotos do Credo desceu sobre os edifícios. A montanha de Alguns homens mudou de nome e de dono. O ouro e o marfim d’As flores que deixei no chão taparam os buracos no asfalto. As mágoas e as carruagens d’A Rainha Vitória e eu atrapalharam o trânsito.
Outros fenômenos estranhos, irônicos e eróticos estão ocorrendo. Afinal os anseios carnais e espirituais desse libertino encantador foram trazidos pra cá quase sem aviso. Como eram trazidas, há milênios, as revelações violentas dos velhos profetas.

domingo, outubro 21, 2007

uma lembrancinha de "um idiota de presente"

Para quem não assistiu a temporada no Guaíra, o trecho inicial da peça "Um Idiota de Presente". Lembrando sempre que a opinião da personagem "Maria" não reflete a minha opinião (isto mesmo, senhores "o filme Tropa de Elite é facista"). Bons tempos. Quem sabe um dia eu volte com esta peça, enfim...

Maria – Olhem para esta figura fraca, patética e impotente. Sem dúvida isto é fruto de anos de história voltada para a inserção da compaixão na cabeça do ser humano. Esta mulher tem compaixão por mim, pelo tal João e claro, como todos que não tem vontade própria, por si mesma. Olhem o exemplo de anulação da vontade, sintam o cheiro de claustro e sacristia que as palavras fúteis e bregas desta mulher exalam. Eu pergunto a todos vocês qual seria o remédio para esta doença degenerativa chamada esperança? Qual o remédio para esta ilusão cultivada há séculos por pequenos usurpadores dos desejos humanos. Eu digo e repito: a morte. A morte dela ou de outro. Nós todos temos o direito de escolher quem irá morrer: ou eu ou você. A escolha está implícita na nossa natureza. Basta consultar a si mesmo e você verá: temos este poder de matar. Olhem como ela se resigna ao nada e como sente prazer em inventar desculpas. Olhem como ela sente prazer em cultivar uma culpa que não existe. Dá onde vem isto tudo? O que a torna “melhor” do que eu? Vocês acham que estou enganada e que o matar não faz parte da nossa natureza? Quem sussurra agora mesmo em nossas cabeças a sentença de que Sônia é boa e eu sou má? Sempre quis o melhor para ela.. Eu sei que matar faz parte da luz que move todo o ser humano e que esta luz nos fará pessoas melhores. Ter o poder de julgar quem deve morrer ou não e consumir o ato é para os mais elevados, eu tenho certeza disto...mas preciso de uma prova, de um fato, de um ritual. Preciso que Sônia. Mas como? O cristianismo já tomou conta do corpo de Sônia e agora me parece algo impossível provar para ela que o paraíso é mera literatura. Como fazer com que Sônia siga a sua própria natureza? Esta é uma experiência definitiva. É preciso que as pessoas dominem o poder destrutivo existente em sua natureza para que elas possam lidar com o matar. A minha irmã não será mais uma idiota.

quarta-feira, outubro 17, 2007


Blog novo de literatura e artes. Publicaram um poema do meu livro "Mata-Borrão, Batom". Aliás, um dos poemas que eu mais gosto, "café da manhã". Entrem e fiquem à vontade.
Projeto de escrita de um novo poema

Verso um: crítica a adolescentes enturmados
Dentro de um esquema desfile da Fórum
Ou outra marca de impacto no cristal fashion
De dois mil e pouco como Alexandre Herchovich
E outras futilidades óbvias
Que façam ligar o néon da palavra “cresçam”
Falada por Nelson Rodrigues
Num canal aberto num programa que “comemora”
Alguns anos da morte de celebridades
Antiquadas
É irônico como quem está para morrer
Tende a entregar os pontos
E ao mesmo tempo
Tende a achar que o mundo
Será como ele sempre quis que fosse:
Feliz
E principalmente morto.

terça-feira, outubro 16, 2007

Apareçam

segunda-feira, outubro 15, 2007

em homenagem à Edith Piaf e ao ótimo filme sobre ela que está em cartaz nos cinemas

e não me venham falar que a cena do pai empurrando a filha para cantar no meio da praça é um clichê, por que não é. Esta é uma cena necessária quando se fala sobre o começo de carreira de uma cantora como Edith Piaf. Um começo de carreira árduo, mas nunca um clichê. Sempre uma necessidade.

domingo, outubro 14, 2007

garoa

O suor das xícaras de café
No peso da minha digitação
O choro das calhas das casas
Abandonadas
O líquido frouxo das bocas
Úmidas dos cães de guarda
Latindo
As latrinas, as pias, as toalhas
Os chuveiros chovendo
A assepsia das donzelas do batel
O mundo
Lacrimejando o tempo todo
Por todos os poros
A fala descompassada de alguém
Que soluça e chora
O gesto de adeus de alguém
Que soluça e chora
A boca seca de alguém
Que soluça e chora
O suspiro final de alguém
Que soluça e chora
A minha voz presa
No conta-gotas da lógica
Que soluça e chora

quinta-feira, outubro 11, 2007

Abertura da minha próxima peça "Final do Mês"

Tem gente que passa anos sem ser reconhecida, levando o passado estampado na cara, levando todos os dias a roupa suja dos filhos e do marido na lavanderia do bom senso. Tem gente que mata o tempo na beirada da varanda, brincando com o salto, brincando com a iminência, brincando com a precariedade. Tem também os que fumam a vida inteira escondidos da família, na esperança de que aquela gente tão próxima não descubra o poço de fragilidades e recalques a sufocar o cérebro. Tem gente que não suporta os seus próprios recalques. Tem gente que quebra todos os espelhos da casa antes de sair. Tem homem que bebe escondido da mulher, para que ela não perceba que aquela desenvoltura, aquela sensível violência é fruto de algo engarrafado numa industria onde milhares de garrafas como aquela são engarrafadas. Tem gente que prefere o tédio a uma fotografia feliz. Tem gente que prefere dormir no colo silencioso da solidão. Tem gente que prefere esquecer as contas para pagar no final do mês. Tem gente que prefere esquecer o filho na saída da escola. Tem gente que prefere fugir para qualquer lugar onde não existam pessoas queridas, entes queridos, indivíduos pelos quais você morreria. Tem gente que prefere nunca mais encontrar estas pessoas, para se livrar do restinho de responsabilidade que subsiste no final do copo. Tem gente que prefere cães a gatos. Tem gente que se vê num cão sem uma das pernas. Tem gente que vê a sua dependência na dependência deste cão. O ser humano é um animal altamente dependente. É na dependência que se encontra o desespero humano, é na dependência que se encontra a maior concentração de carne humana, é na dependência que se percebe que as coisas são mais fáceis do que se imagina. Tem gente que prefere dar um tiro na boca, a atravessar o centro de carro com o intuito de finalmente voltar para a casa.

sábado, outubro 06, 2007

Pra quem estiver em Sampa - Imperdível

sexta-feira, outubro 05, 2007

Somente funcionários

Pela saída dos funcionários
Monstros arrotando estimulantes
Ordens de tirar a roupa
Ordens de tirar a pele
A carne, a alma
Nas vagas para deficientes
Carros blindados de políticos
Fracassados e corroídos pelos vícios
Mundanos de uma zona de quinta categoria
Subsidiada pela guarda municipal
Uma festa a fantasia
Na cobertura dos prazeres mínimos
Alpinistas sociais a retorcer seus mamilos
Com o alicate da vaidade
Com o alicate da obviedade
Com o alicate da perversão
Jovens donzelas desencaixam
Suas ancas e se colocam na vitrine
Da virgindade em ponta de estoque
Luas e sóis nos salões da mendicância
Produtos de beleza para miseráveis
Nos porões da maldade classe média
Controles remotos a controlar o nosso descontrole
Estandes de tiros à nossa inveja escancarada
Empresários arrotando slogans e sendo obrigados
A mastigar novamente estes slogans
Drogas a estimular a nossa raiva
Com efeito a durar anos, milênios
Metralhadoras gargalhando sua estridente risada
Pelas ruas da cidade
Trovoadas de escopetas em nossas cabeças
Pela saída de funcionário
Pessoas perdendo a inocência
Pela esteira de produtos embalados à vácuo
Próteses penianas do tamanho de prédios
Do tamanho de arranha-céus
Bichas e putas abraçando a causa
De se ter a liberdade de ser empalado
Por uma destas próteses penianas
Ongs marcham em favor dos que são a favor
Do sexo em locais públicos
Lançamento de livros lançam páginas e mais páginas
Em branco
Em branco com manchas de vinho tinto
Em branco com manchas de algum canapé de tomate seco
Em branco com manchas de alguma doença maligna
O mundo é engolido de doze em doze horas
Pelo tédio de não se ter absolutamente
Nada a fazer diante
Da fome de pessoas
De algum país do terceiro mundo
Onde uma criança morre a cada cinco segundos
Quatro
Três
Dois
Um
Em branco com manchas de desespero real
Em branco com manchas da cor que todos procuram evitar

Na saída dos funcionários
Vestimos a roupa do tédio
E
Replicamos
Com o picador de gelo dos dentes
A palavra: felicidade.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Estou de volta

O diabo espera ser amado
Com maldades baratas
E eu com a minha carência calculada
Respiro o ar do ar condicionado
Com a ofegante pressa
Dos quase afogados dos prédios enrugados do centro
Fumando teorias em cafés da moda
Arrotando arrogância na cara fofa de egos inflados
Neste calor do inferno
Os que estão bêbados
Esperam ser amados
Roendo a unha da inconveniência
E da incompetência
Perdido na privada dos sentimentos artificiais
Dormindo no balcão do desprezo
Estou de volta
Caçando o amor
Com o arpão cego das bebidas alcoólicas
Com o flerte inconseqüente
De uma caneta bic
Arrasando casamentos no castelo do batel
Ou no clube curitibano
Criando universos em copos de plástico
Desbravando a caverna úmida
Dos cantos da Ilíada
Tomando uma última lata de cerveja quente
Aos pés da reitoria
Não, não volto com a carapuça recalcada de um centro acadêmico
De algo que tiraria a roupa e se mostraria podre
E falido
Meu panfleto é reciclado
Na máquina de moer conceitos
Dos decadentes devoradores de madrugadas inúteis
Dos postos de conveniência, altares iluminados por estações tubo
Estou de volta
Com uma foto 3X4 da cantora Maysa na carteira
Estou de volta
Com a minha fossa de fim de semana
Com o tédio violento a encurralar
Os corações adolescentes
No final da fatídica e previsível sessão da tarde
Eles esperam ser amados
Bitucas acesas na área transparente
De não-fumantes
Um bafo de ópio
Na cara de um atendente de telemarketing
Um gole de cicuta quente
Num canto higienizado do mc donald´s
Uma última declaração de amor
No jornal de domingo.

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