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terça-feira, março 13, 2007

feminista

A água acabando no mundo
E eu pensando em matar a sede
Do sono a apertar as pálpebras
E eu pensando na mulher
Que poderia estar ao meu lado
Sonolenta e linda
Longe, bem longe da matilha sangrenta
De vaginas percorrendo a minha
Neurose-carnal-maníaco-depressiva:
São elas, com suas presas
Da marca Louis Vuitton
Mulheres agonizando solidão
Em suas caricaturas de beleza
Rastreando a grama do quintal
Da revista “casa e jardim”
Com sua sensibilidade de plástico
Sua falsa alma babaca e “sensível”
Seu hálito de cigarrilha
E sua resignação doméstica
Adaptado aos moldes
da publicidade contemporânea
Como radiações de um apocalipse
Rostos de manequins usados
Olhos de bonecas usadas
Como moeda de troca
Barbies envelhecendo
Em suas fantasias temáticas
Imagino uma só mulher
Que dormiria ao meu lado
Depois de um dia intenso
Vivido apenas por pessoas intensas
E não por impressoras de felicidade

Imagino uma mulher
Que finalmente decrete
O que é belo ou não
Em nossas vidas

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