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quinta-feira, setembro 29, 2005

Sou vampiro também.

Vou carregar você a contra gosto para todos os lugares e desgostar dos lugares que sempre gostei de estar por que lá estará você me esperando com uma cara arrasada, maquiagem borrada, com mais uma daquelas declarações cafonas, com mais uma daquelas imitações baratas, com mais um daqueles artifícios óbvios, com aquela chupada. Vou garregar você para mais longe possível, levá-la a uma morte estranha junto comigo, transformar sua chatisse em ofício, dar uma lição aos mais jovens para que passem bem longe de pessoas como você. Vou carregá-la na minha biografia já manchada, matá-la a machadadas de palavras, muito embora continue ali grudada, se sentirá estrangulada, louca e desvairada, com a vagina vazando nadas, com o corpo suando cocaína, com a vida minada e tímida, você se arrependerá mesmo morta e fria. Vou carregá-la pelas profundas chagas do inferno, entre putas e camelôs de almas, entre mágicas e mandigas negras, entre drogas ainda não experimentadas, entre lésbicas sedentas, entre o sangue coagulado, entre tudo o que arrebenta. Vou carregá-la e vou forçá-la a tudo e você vai gostar e vai lamber até a última gota do meu branco e viscoso rancor vermelho. Você vai explodir de tanto me tomar. Você também transbordará este vazio vermelho. Eu vou carregar você só para que você também sofra. De verdade, sem enfeitar nada, sem enaltecer a dor com versinhos de donzela, sem porra de riminha burguesa. Você vai sentir de verdade o que é escrever e sofrer. É chegada a hora, meu bem: sofre, porra, você também!

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