máculas do dia anterior (para Jorge Barbosa)
Vi o inimigo apanhando uma briga no rosto de um amigo. O patético serviu em meu corpo. O silêncio serviu de consolo. O olhar do bar era a minha vergonha de ver um amigo sangrando e de não ter papel ou verso branco para estancar o meu medo. Toda a briga que vejo é um motivo para a vida tirar uma com a minha cara. Toda porrada que levo não vem da luta que, por ventura, comprei.
Porém, doem no baço e na minha alma de otário todos os socos que eu não dei.