Ser pesado nas palavras,
a chuva
hospedada na roupa do mendigo.
Chorar o orvalho de um desconhecido e estourar tímpanos
como se estoura bexigas nas festas de domingo.
Não lamentar a preguiça,
deitar em tudo que merece não ser mais.
Esquecer que se sabe escrever
preferir o sono de sonhos aos versos.
Ser o que se acorda no papel
rabiscado de silêncio