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quinta-feira, maio 31, 2007

sim: eles conseguiram! ai, que saudades...




segunda-feira, maio 28, 2007

dica da semana
esquecimento

não se esqueça de mim, prédio
não se esqueça de mim, céu
não se esqueça de mim, asfalto
não se esqueça de mim, perdão
não se esqueça de mim, porta
não se esqueça de mim, janela
não se esqueça de mim, casa
não se esqueça de mim, solidão

lembre-se de me lembrar
e de me falar e de comentar
que estive aqui, falando coisas
lembrando coisas, lutando contra
o esquecimento
não se esqueça de mim
não se esqueça do meu olhar
do meu sorriso, da minha embriagues
e de como eu fico engraçado embriagado
e de como eu fico arrogante pela manhã
e de como peço licença
e de como eu caminho pela madrugada rumo ao sol

não se esqueça de mim, sol
não se esqueça do meu abraço
não se esqueça da minha carne
não se esqueça de tecer a carne
dos meus olhos nas facas da sua cabeça
não se esqueça

os que me odeiam
não se esqueçam de me odiar
e de comentar como sou imaturo
inconsequente, intolerante, indecente
os que sentem nojo de mim
lembrem-se da minha saliva, do meu gozo
do meu sangue escorrendo nas valas
do seu desgosto

não se esqueçam
dos dias que perdi
das noites que perdi
da esperança que me deu tchau
no ano novo

não se esqueçam de me atender
no dia de ano novo
e de me ligar e de me mandar mensagens prontas
e de apertar o botão rosa da ilusão e de falar "parabéns"
quantas vezes for necessário
e de me deixar ganhar a partida de sinuca
e de me deixar tomar a saideira
e de me lembrar de que já é tarde demais
para nascer, para lembrar, para esquecer
para dormir

para ter sono.

quarta-feira, maio 16, 2007

Lolita Pille





Depois de ler o livro da Lolita Pille (sim, o fenômeno editorial na França) "Hell", voltei a pensar sobre a questão do indivíduo na poesia. Voltei a pensar principalmente na questão do contexto e também da linguagem (mais especificamente na minha). Claro que "Hell" é um romance (Lolita não escreveu um livro de poemas...até aonde eu saiba), mas o que me intriga é a forma como ela se expõe no livro (quer dizer, não sei se o livro é baseado em fatos reais, mas o leitor tende sempre a acreditar que um pouco daquilo é real).

A pegada da moça, neste caso, é meio Bukowski, direta, cortada e sempre tratando sobre um "eu" controvertido (é uma pena que, em alguns poucos momentos, ela perca a mão beirando o piegas ao falar sobre o caso principal do livro, mas fazer o que, né). A grande diferença é que Bukowski falava sobre um desajustado fudido que não consegue se enquadrar no "sonho americano". Lolita fala sobre uma patricinha mega-ultra-rica (tipo, muito rica, topo da elite...daquelas que passam o feriado do dias das mães nas Ilhas Gregas só pra pegar uma cor) que se enquadra perfeitamente no modelo capitalista selvagem que vivemos atualmente. Ela, no livro, explode com a sua metralhadora verbal este modelo, mas não consegue sair dele. Está completamente presa à facilidade e à futilidade que este modelo lhe impõe. É o outro lado da moeda. É como se pegássemos um Chinaski da vida e entulhássemos dinheiro em suas entranhas.

A crítica dos dois, no fundo, incide sobre o ser humano. É neste ponto que eu queria chegar. Notem que são contextos diferentes, mas uma desilusão quanto ao indivíduo muito parecida. "Hell" (personagem do livro da Lolita) continuará se drogando, pois acredita piamente na falta de saída inerente ao ambiente que a rodeia. "Chinaski" continuará bebendo e "mandando ver", pois não aceita o mundinho artificial que a sua sociedade prega como o ideal (e, obviamente, não se submete aos sub-empregos e a subserviência existente neste tipo de sistema - ou seja, "Chinaski" não aceita "o patrão") .

Este paralelo é bem interessante de ser traçado. Ambos falam sobre a falta de saída (ou de entrada...hã, enfim) e, não sei por que, lembrei agora de um clássico da literatura: "Cândido, ou o otimismo" de Voltaire. Neste caso, um ser é idealizado para se expor a fraqueza moral do indivíduo (novamente o indivíduo) que possui uma esperança no amor e nos homens que beira ao absurdo - ah, neste sentido, tem também "O Idiota" do Dostoiévski, com uma potencialização na questão do dinheiro. Na "A Divina Comédia" de Dante, o inferno é idealizado para se expor os defeitos do ser humano (é claro que, no caso do Dante, a coisa ferve justamente por ele ter colocado toda a patota de pessoas que ele não gostava ardendo nas profundezas).

Enfim, escrevi tudo isto para dizer que acho "Hell" um livro completamente pertinente ao nosso tempo, no qual se percebe uma decadência notável no sistema que hoje impera no mundo. Acho que "Hell" segue uma tendência mundial da literatura: a de expor o individuo de uma forma ainda mais crua, sem recalques, sem máscaras, para assim se criticar o mundo em que vivemos.

terça-feira, maio 08, 2007

Vamos todo mundo ao Guairinha, às 18h, neste domingo, dia 13.

Gente, todos os leitores deste blog devem comparecer ao Guairinha neste domingo para ajudar a maior atriz do Paraná, a minha amiga Claudete Pereira Jorge. Ela vai para Grécia apresentar a Ilíada numa bienal de artes realizada em Tessalonic (acho que é assim que escreve) sob a direção do mestre Octávio Camargo. Para ajudá-la com os custos da viagem, os amigos que se reuniam em sua casa para criar, expor idéias, discutir conteúdos e bagunçar um pouco, estarão reunidos no palco do Guairinha (neste domingo) para trazer o mesmo clima da Casa da Claudete para o palco.


Como bem disse o Thadeu, "Vamos fazer uma festa pra essa mãezona que merece todo o carinho do mundo".

CLUBE CLAUDETE AO VIVO

IMPERDÍVEL

Alexandre França
Luiz Felipe Leprevost
Mazzarolo (Mázzar)
Octávio Camargo
Thadeu Wojciechowski
Troy Rossilho
Participação Especial: Seo Henrique

A catarse coletiva
Dos artistas do Clube
Vai até o público aberto
Recursos para a ida da
Companhia Ilíadahomero de Teatro
À Europa

Dia 13 de maio – DOMINGO
às 18 hora – Guairinha
Colaboração: R$ 20,00

Ajude a vender ingressos:Informações 9217-0979 / 9618-6292

segunda-feira, maio 07, 2007

Me perdoa

Estou de volta Curitiba
Lambendo com a sola dos pés
O seu asfalto como
quem lambe por vingança
A vulva de uma mulher
E a chuta na próxima esquina
Curitiba, minha putinha
Eu falo que te amo sem te amar
Eu beijo a sua boca
Com a pior das intenções
Curitiba, me perdoa
Por pensar em você
Durante as 24 horas deste seu tempo
Mofado
Curitiba, me perdoa
Por ficar, no final das contas,
Pra sempre ao seu lado

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