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terça-feira, novembro 22, 2005

Mulheres

Há uns quatro meses, mais ou menos, eu reclamava da falta que me fazia o ato de me apaixonar por alguém. Acontece é que nestes dois últimos, apareceram umas duzentas e quarenta e cinco paixões, uma atrás da outra (sem sacanagem nenhuma na frase). Não que eu tenha tido um caso com todas elas, mas, como já é do meu feitio, me apaixonei por estas mulheres. Isto é inédito (levando em conta a quantidade), e eu só posso concluir é que no fundo eu sou um apaixonado pela mulher (apesar de ainda concordar com aquele verso do Vinicius que diz que beleza é fundamental, sendo que sou apaixonado pela mulher que possui um nível superior de beleza física - o restante, fatalmente, é amizade). Ok, depois de uma semana imerso num mar de belas pequenas, eu só poderia escrever muita poesia, certo? Lá vai então:

Todas elas


Seus seios choveram carne em meus dentes.
Seu umbigo desaparecia ao poente das pernas.
Você esquecia de você lentamente, e eu
nas termas da sua saliva me perdia
como se perde, sem querer, todas as guerras


A sua pele era a pele de todas
que amadureceram o sumo em minhas artérias,
hora era a cor da alvorada curitiboca,
hora um rubi doce nas trevas da minha boca.


Ao voltar para casa, em minhas costas
elas, rubras, me abraçavam nuas
pelo expresso vermelho, pelas ruas sem cor,
e pelos muros pichados, ironicamente
piscava a declaração otária de um amor.


Seu gosto representava o gosto de todas.
De todas que deitaram na cama de meus versos.
Na boca maldita eu lembrei seu nome,
mas aqui...
...não era o mesmo da semana passada?

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