vômito, brigas, amizades, rock'n'roll e livro novo.
A viagem não foi mil maravilhas, mas o final valeu. No avião de ida para o Rio de Janeiro passei muito mal. Meu nariz não parava de escorrer (havia pego uma gripe um dia antes da viagem), a minha barriga parecia rasgar a cada minuto e o meu estômago borbulhava. No caminho até o apê do Luiz tive que parar o táxi para vomitar, foi uma bosta, eu parecia um exorcizado. Passei os dois primeiros dias mal. Já na Flip a gripe me deu uma trégua, porém...dá até vergonha de falar, mas chegando em Paraty, o imbecil aqui não sabia o nome da pousada. Eu sabia apenas que o nome da dona era Olga e que ela era artista plástica. Descemos eu e o Luiz Felipe no meio da muvuca e perguntávamos para todo mundo se alguém conhecia a tal dona Olga, a artista plástica dona de pousada. O foda é que muito gente é dono de pousada e artista lá naquele lugar. Enfim, lá pelas duas da manhã paramos numa pizzaria, jantamos e por alguma decisão divina fomos ajudados pelo dono da pizzaria. Menos mal, no fim tudo acabou bem. Conhecemos uns gaúcho legais pra caramba lá em Paraty. O Marcelo Benvenuti (que escreve pra caralho) e o Delfim (que escreve pra caralho), ambos da K edições. Lançamos os nossos livrinhos junto com os deles. Foi du caralho. Em Sampa ficamos num hotel engraçado pra burro chamado Fórmule 1. Um novo conceito de hotelaria, que consiste em pagar super barato por um cubículo, no qual faziamos manobras espetaculares para nos movimentar. Foi no mínimo interessante. No segundo dia em São Paulo, fomos ao espetáculo do Mário Bortolloto, À Queima Roupa, cuja história é de arrepiar: um tal Cardan que sai da cadeia e resolve voltar a vida de psicopata. Saí estriquinado do teatro e com a cabeça chacoalhada. Um dia antes, eu e o Luiz quase saimos na porrada numa discussão sobre ter pena das pessoas. "Odeio coitadinhos", entoava o Luiz (meio que falando que eu era um coitadinho). E no final do espetáculo, uma cena parecia encaixar as últimas peças deste "légo da pena". Um mendigo pede um pedaço do cachorro quente que o Cardan (o psicopata) estava comendo. O Cardan ao invéz de dar um pedaço do cachorro, dá uma arma para o mendigo. Foda. Depois da peça fomos para o boteco da frente trocar uma idéia. O Mário é gente finíssima, nos tratou super bem. Ah, sem mencionar o fato dele ter gostado do título do meu livro, toda mulher merece ser despida. Conhecemos também o Marcelo Montenegro - um dos melhores poetas que eu já li - e o Ronaldo Ventura, que também nos trataram muito bem. Aliás, todo mundo que eu conheci em Sampa naquele dia foi gente fina. Saí com a sensação de alívio. Pelo menos numa parte da viagem a gente tinha que se dar bem. Tem mais algumas coisas para contar, mas o meu tempo aqui na intenet está quase esgotado. No próximo post eu conto mais.