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sábado, julho 30, 2005

Letra de Rock

Passei o dia inteiro tentando compor um rock'n'roll, mas só consegui fazer a letra. Quem quiser tentar compor a música, fique à vontade.

canibalismo

limpo todo quarto a procura do meu vício:
você em três por quatro, quatro notas deste disco.
só encontro roupas espalhadas feito lama,
bichos implorando uma noite em minha cama,
meu corpo em pedaços quentes servido vivo,
restos da minha alma jogados no lixo.
preparo a minha dose de conhaque com limão,
me espalho por osmose nos botecos de plantão,
me entrego a toda dama "mais ou menos" que aparece
num prato com tempero de suor e sacanagem:
a boca livre do bar sou eu, por que não?
guria, coma o pedaço que é seu deste meu coração,
mas não me deixe aqui
em coma numa cama estranha.
escute enfim
meu rock'n'roll sem fazer drama.
guria, coma o que é seu de uma vez
e engula esta manha.

sexta-feira, julho 29, 2005

valeu

Muito bom ontem, apesar de, cansado, aguentar os minutos como quem aguenta pedras nos rins, foi muito bom. Meus amigos me fizeram esquecer este cansaço de pedra. Adorei conhecer a Michelle, muito embora eu tenha apenas trocado alguns parcos gestos monossilábicos com ela. A guria tem no rosto a mancha que todo o bom poeta possui no olhar e no sorriso. Só de olhar para ela, você já sente um alívio. Muito bom também encontrar a Carol Benini, com a sua beleza irretocável, elegantemente trajada de preto: por um pedaço de tempo, lembrei de como era bom estar realmente apaixonado. Jabuti, Ezio, Paty, Carolina, também foi muito legal os reencontrar. As minhas amigas do Ponto Final também marcaram presença: Salete (a pura), Mara Silvia (Charlotte) e Drica. Vocês são definitivamente o trio mais simpático que eu conheci este ano. Os "Kafkas" ocupavam as frestas do recinto e fizeram a festa: Sandrini e seu cabelo milimétricamente cortado, Koproski e seu cabelo milimétricamente comprido, Bárbara e seu simpático romantismo, Luiz Felipe, que, como diria Jaques Brand, mora no olho do furacão. No final da noite, todos completamente bêbados, discutiam a validade artística da obra de Tatára. Eu gosto, quero deixar claro...mas não deixo de cantar: tatáratatáratatáraaaaa, tatáratatáratatáraaaa, tatáratatáratatáratatárararaaaaaaaaaa...

sábado, julho 23, 2005

A KAFKA EDIÇÕES BARATAS AVISA:

LANÇAMENTO DOS LIVROS "TORNOZELOS DEITADOS" DE LUIZ FELIPE LEPREVOST E "TODA MULHER MERECE SER DESPIDA" DE ALEXANDRE FRANÇA .

Finalmente, no dia 28, quinta-feira, no hermes bar (Avenida Iguaçu, 2504), eu e o Leprevost estaremos lançando os nossos livros a partir das 20:00 horas. Apareçam!!!

sexta-feira, julho 22, 2005

CARALHO! VOCÊS JÁ LERAM ESTE POEMA?


declaração do criminoso na solitária


Matei minha mulher.
Matei.
O ódio com que a odiava
era maior que o amor que a odiava.
Mas não matei a mãe de meus filhos.
É por isso que o retrato dela está sempre comigo.


Murilo Mendes (1901-1975)
Noite de gala

Ontem fui ao lançamento do livro do Rodrigo Garcia Lopez lá no teatro Paiol e foi genial. Ainda não conhecia as músicas do poeta e fiquei impressionado com as composições, principalmente uma cujo verso fala "você me toca como quem troca de roupa". Muito bom. Depois fomos à casa do Thadeu "o polaco da barreirinha", tomamos muito vinho e quase compusemos uma canção juntos. Lá por uma da manhã fui a um bar chamado Wonka, encontrei os amigos Luiz Felipe (bom, este eu encontro sempre), Troiano, Nero, Fukushima, Marina, Val, FabíUla (com "u" mesmo), e como sempre acontece nestes encontros, todo mundo tirou sarro de todo mundo. Divertidíssimo. Tudo muito bom, tudo muito bem...mas Thadeu, cadê o meu exemplar de "assim até eu"?

Sobre a solidão

Apareçam lá no blog do Polaco da Barreirinha. Boas idéias, bom humor e uma série de poemas sobre a solidão. Tem até um bem solitário texto meu. Vale a pena.

quarta-feira, julho 20, 2005

joguinhos

quem beber primeiro ganha, beleza?
engole tudo seu viado...o que? você não sabe o que é isto?
é um revolver, seu viado. agora bebe, antes que eu me arrependa de ter saído hoje de casa.
não vale mais a pena sair de casa, os desafios já se tornaram fáceis demais, inúteis demais,
frágeis demais. a minha boca parece uma pedra de tanto eu me esconder atrás de cigarros.
mas essas coisas ainda valem a pena: o meu ovo de conserva, a minha cerva gelada, a minha mesa molhada de sangue quente, definitivamente sou um vira-latas ferido...
...nem meu sangue escorre por esta ferida chamada morte,
ou seria vida?
Os monstros se escondem às duas da manhã, agora eu sei o porquê:
pensar em como seria o suicídio,
é uma forma de espantar os monstros,
de desligar a noite da tomada.
Lançamentos

É o seguinte, ouvintes do Blues, agora vocês já têm programa para hoje e para amanhã.

Hoje
Serviço: Acorda + Poesia
Original Café – Rua Vicente Machado, 622.
Horário: 21horas – Quarta, 20 de julho
Fone 3323-4548
Entrada Livre
O primeiro barril de chopp é cortesia do Original Café.

O que é?
"A cantora Rogéria Holtz concebeu um material audiovisual sobre poesia e música que retrata um pouquinho do que está sendo produzido no Paraná. O especial para TV “ACORDA + Poesia” com 50 minutos de duração tem participação dos poetas Alice Ruiz, Estrela Leminski, Etel Frota, Marcelo Sandmann, Rettamoso, Ricardo Carvalho, Ricardo Corona e poema e música de Paulo Leminski, além de interpretações da própria Rogéria".


Amanhã
Lançamento de Visibilia, de Rodrigo Garcia Lopes
Teatro do Paiol (Largo Professor Viaro, s/n.º, Prado Velho, Curitiba),

(41) 3321-3300.
Dia 21 de julho, quinta-feira, às 20 horas.
Entrada franca.


O que é?
O livro de poemas Visibilia, de Rodrigo Garcia Lopes, terá sua segunda edição lançada em Curitiba na quinta-feira, dia 21 de julho, às 20 horas, no Teatro do Paiol (Largo Professor Viaro, s/n.º, Prado Velho,). O livro, publicado pela Travessa do Editores, ganhou mais uma seção: “Desterrados”, que inclui três poemas inéditos e vários outros escritos em Florianópolis em 1997, ano da primeira edição, mas que não constavam dela.


Segundo o poeta, a temática principal do livro é a visibilidade como produtora de linguagem: “Acredito, como Berkeley, que construímos a natureza enquanto a percebemos. Meus livros todos tocam nessa questão do olhar para dentro e para fora, simultaneamente”, ressalta Rodrigo Garcia Lopes. “Visibilia proporciona um exercício de autoconsciência através da diferença do ver e enxergar.”


A obra foi lançada recentemente durante a 3.ª Festa Literária Internacional de Parati (Flip). Em São Paulo, outro lançamento está previsto. O evento acontece na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena), no dia 25 de julho, segunda-feira, às 19 horas. A entrada é franca; o telefone da livraria é (11) 3814-5811. Para o evento em Curitiba, o poeta Rodrigo Garcia Lopes preparou um pocket-show, em que lê e interpreta poemas do livro que foram transformados em canções. A entrada também é gratuita.

sábado, julho 16, 2005

ERRATA

Para quem já tem o "Toda mulher merece ser despida", aqui vai o meu pedido de desculpas.

Na página 5, onde se lê "As pessoas não tem a escolha de rejeitá-la", lê-se , na verdade, "As pessoas não têm a escolha de rejeitá-la".

Na página 16, no título, onde se lê "Uma dose à um dia feliz", lê-se "Uma dose a um dia feliz".

E finalmente, na página 17, onde se lê "Se lhe enganei ao me interpretar na cena", lê-se "Se a enganei ao me interpretar na cena".


É isto. Na próxima edição estes erros não mais aparecerão. Ah, espero comentários sobre o livro.
você ainda perde tempo com pena, imbecil,
esta boneca que lhe empurraram na tv, em promoção.
não adianta me olhar assim,
ter pena de você me faz acreditar na sua religião de esmola,
não me olha, estou atento a sua mentira.
estou cozido demais para me ajudar
não tenha pena de apagar a luz do bar,
deita comigo,
o que nos resta é apenas
morrer juntos.

sexta-feira, julho 15, 2005

continuando...

...bom, faltou falar da galera que no final nos levou ao Café Aurora para ouvir um rock'n'roll e ao Sujinho para comer um bom filé. São eles: o Picanha (uma lenda do Rock, além de ser um cara super gente boa) os coreanos Kim e Cassidy (uma dupla sensacional de novos escritores, como eu) e o Ceccato Tamanduá (um ator bom pra caralho que lá no Sujinho leu um poema meu sobre a solidão). É isto aí São Paulo, em breve estarei de volta!

quinta-feira, julho 14, 2005

vômito, brigas, amizades, rock'n'roll e livro novo.

A viagem não foi mil maravilhas, mas o final valeu. No avião de ida para o Rio de Janeiro passei muito mal. Meu nariz não parava de escorrer (havia pego uma gripe um dia antes da viagem), a minha barriga parecia rasgar a cada minuto e o meu estômago borbulhava. No caminho até o apê do Luiz tive que parar o táxi para vomitar, foi uma bosta, eu parecia um exorcizado. Passei os dois primeiros dias mal. Já na Flip a gripe me deu uma trégua, porém...dá até vergonha de falar, mas chegando em Paraty, o imbecil aqui não sabia o nome da pousada. Eu sabia apenas que o nome da dona era Olga e que ela era artista plástica. Descemos eu e o Luiz Felipe no meio da muvuca e perguntávamos para todo mundo se alguém conhecia a tal dona Olga, a artista plástica dona de pousada. O foda é que muito gente é dono de pousada e artista lá naquele lugar. Enfim, lá pelas duas da manhã paramos numa pizzaria, jantamos e por alguma decisão divina fomos ajudados pelo dono da pizzaria. Menos mal, no fim tudo acabou bem. Conhecemos uns gaúcho legais pra caramba lá em Paraty. O Marcelo Benvenuti (que escreve pra caralho) e o Delfim (que escreve pra caralho), ambos da K edições. Lançamos os nossos livrinhos junto com os deles. Foi du caralho. Em Sampa ficamos num hotel engraçado pra burro chamado Fórmule 1. Um novo conceito de hotelaria, que consiste em pagar super barato por um cubículo, no qual faziamos manobras espetaculares para nos movimentar. Foi no mínimo interessante. No segundo dia em São Paulo, fomos ao espetáculo do Mário Bortolloto, À Queima Roupa, cuja história é de arrepiar: um tal Cardan que sai da cadeia e resolve voltar a vida de psicopata. Saí estriquinado do teatro e com a cabeça chacoalhada. Um dia antes, eu e o Luiz quase saimos na porrada numa discussão sobre ter pena das pessoas. "Odeio coitadinhos", entoava o Luiz (meio que falando que eu era um coitadinho). E no final do espetáculo, uma cena parecia encaixar as últimas peças deste "légo da pena". Um mendigo pede um pedaço do cachorro quente que o Cardan (o psicopata) estava comendo. O Cardan ao invéz de dar um pedaço do cachorro, dá uma arma para o mendigo. Foda. Depois da peça fomos para o boteco da frente trocar uma idéia. O Mário é gente finíssima, nos tratou super bem. Ah, sem mencionar o fato dele ter gostado do título do meu livro, toda mulher merece ser despida. Conhecemos também o Marcelo Montenegro - um dos melhores poetas que eu já li - e o Ronaldo Ventura, que também nos trataram muito bem. Aliás, todo mundo que eu conheci em Sampa naquele dia foi gente fina. Saí com a sensação de alívio. Pelo menos numa parte da viagem a gente tinha que se dar bem. Tem mais algumas coisas para contar, mas o meu tempo aqui na intenet está quase esgotado. No próximo post eu conto mais.

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