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quinta-feira, setembro 28, 2006

Capa do CD e download

Seguinte queridíssimos do meu coração, já arrumei a página do myspace e todas as 4 músicas já podem ser baixadas. Isto mesmo: se você quiser você pode fazer o download das 4 canções do meu primeiro cd (valeu o comentário do post abaixo...eu não havia percebido que não dava para fazer o download). Ah, e também coloquei as letras pra vocês cantarem junto comigo (heheheh)


O lançamento foi adiado de novo. Ficará para final de novembro ou começo de dezembro (isto que dá fazer as coisas de última hora). Bom, enquanto isto vejam o que vocês acham da capa do cd.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Mp3 do meu novo cd

Já está disponível no Myspace 4 músicas em mp3 do meu primeiro cd "a solidão não mata, dá a idéia" que será lançado no final de outubro (se tudo der certo, é claro). Não tem desculpa: é entrar neste link www.myspace.com/alexandrefranca ouvir as músicas e DIVULGAR O MÁXIMO POSSÍVEL, ok?! E não esqueçam de dizer a opinião de vocês sobre as canções.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Ninguém

não me encha o saco vizinho
eu quero ficar sozinho
pois me viro em cinco
quando me sinto meu
um "eu" inteiro e vivo
eu tenho muito asco
quando no sábado
o telefone grita
não insista
não sou pra ninguém
de ninguém, com ninguém, em ninguém
sem obrigação com ninguém
sem liberação de ninguém
apenas eu posso me machucar

sou eu o ditador da minha vida

terça-feira, setembro 19, 2006

Fumante

Descobri que estava apaixonado
Quando você roubou meu isqueiro
E eu desisti de fumar um cigarro

Hoje eu fumo escondido
Neste motel barato
Há entre nós dois
um cinzeiro de plástico

Nossa relação está no fim do maço
Se eu for comprar cigarros
Não volto nunca mais

quinta-feira, setembro 14, 2006

Vocês conhecem o Paulo Bearzoti Filho?

Então, o Paulo além de ser um estudioso de...bom, de tudo, ele também é um grande poeta. Nesta última terça, no porão Loquax, Bearzoti nos brindou com esse genial soneto "culinário", onde ele utiliza o pseudônimo Clódia - mesmo nome utilizado pelo poeta latino Catulo para se referir à poeta grega Safo - para falar da sua musa.

A certa dama que ironizou a culinária do Poeta

OK, Clódia. Batatas, beterrabas
E nabos não lhe dão água na boca,
Feijão sem cheiro com cebola pouca,
Sardinhas, rabanetes e goiabas.

De fato em meu cardápio tu te acabas.
Sem doces, toda a vida é um bate-boca,
Quitutes, bombocados, porra-louca,
Delícias, ovos moles, moças, babas.

Mas devo confessar que não me queixo.
O triste passadio de arroz e água
Me deixa sempre em gana de outras gulas.

Em ti só vejo frutas e verduras,
Que espalho sobre a mesa tal salada
E crua como toda e lambo os beiços.

Paulo Bearzoti Filho

sexta-feira, setembro 08, 2006

diálogo sobre o clima curitibano

eu digo - esta cidade é um mofo.

ela diz - que exagero.

eu digo - é sério, posso visualizar o meu pulmão inteiro verde com pintas cinzas de mofo.

ela diz - você e as suas visões.

eu digo - Curitiba, sem dúvida, é uma cidade com renite.

ela diz - você e estas figuras de linguagem.

eu digo - o meu ap está mofando, meus livros estão mofando, minha roupa está mofando...tudo está espirrando bem aqui na minha cara.

ela diz - estou começando a ter alergia disto tudo.

eu digo - viu, até você está mofando.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Dois clássicos da minha geração: “tudo que eu não sei sobre o amor” e “ode mundana”.

Estes dias reli o grande livro “ode mundana” do meu amigo-de-fé-irmão-camarada Luiz Felipe Leprevost e simplesmente me veio uma estranha conexão com outro livro de um outro amigo-de-fé-irmão-camarada Fernando Koproski. É que um dos melhores retratos da humanidade hoje eu encontrei em “ode mundana”, com toda a sua solarização de elementos escatológicos, sexuais e rancorosos. Como um neo-pessoa, Luiz Felipe se ataca a todo momento, de forma derramada e ao mesmo tempo crua, com estes painéis sombrios, onde o mundo é enrabado sempre; utilizando um “tu” bem lusitano nas colunas sustentadoras da obra. Pois bem, “tudo o que eu não sei sobre o amor” (outro grande livro) é o extremo oposto. É uma espécie de neo-lirismo de sonoridade azul, meio Neruda, onde são utilizados elementos do nosso tempo (como bala halls de cereja, lista telefônica, etc), neste caso, as cores que recobrem a obra não gritam, mas sussurram.

A ligação é a seguinte: é que em ambas as obras eu encontrei um rótulo do tipo “neo-alguma-coisa”, e eu me lembro bem de um papo que eu tive com o Tibério sobre revisitar estilos e épocas (capa polifônica que misturava Nietzsche, Adorno e Taiguara) . Estas revisitas seriam naturais num processo de renovação artística e intelectual, muito embora atualmente isto se de em demasia. Hoje há uma proliferação de manuais e almanaques sobre épocas passadas, vivemos numa nostalgia pasteurizada pela industria cultural. Eu digo que estes dois livros são clássicos da minha geração (como se eu fosse muito velho, tsc, tsc, tsc) por que fogem a um esquema turístico de simplesmente visitar o passado como objeto exótico. Uma coisa sim eu acharia genial (e é bem capaz que um dos dois autores citados tenha um dia esta idéia): um neo-homero, ou um neo-virgilio. Bom, um neo-camões nós podemos encontrar no também grande livro do poeta Marcelo Sandman, “criptógrafo amador”, onde o autor descreve em versos camonianos uma noite frustrada entre drogas, sexo e polícia. Não podemos esquecer também do Glauco Matoso e dos seus sonetos geniais com remela no nariz

No entanto, acredito que estas duas obras específicas (“ode mundana” e “tudo que eu não sei sobre o amor”) encontraram um meio termo entre o frio calculismo acadêmico e a alienação pop. Embora Leprevost carregue em temas mundanos (e às vezes até pornográficos) há uma poética complexa e única, na qual a única saída é a da lúgubre contemplação frente a um retrato caótico e lamacento. Koproski, por sua vez, admite a sua não compreensão: há em “tudo o que eu não sei sobre o amor” um retrato sobre algo que se demonstra um incompreendido, onde todos os nomes do amor morrem em vermelho.

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